Papel das espécies reativas de oxigênio na infecção experimental pelo Trypanosoma cruzi
T. cruzi, produção de ROS in vitro, regulação imunológica
Neste estudo avaliamos o papel das espécies reativas de oxigênio na infecção experimental pelo T. cruzi. Inicialmente, realizamos cultura de macrófagos na presença de formas tripomastigotas do parasito e demonstramos que o T. cruzi induz a produção de ROS in vitro. Posteriormente, camundongos albinos Swiss foram infectados com 1 × 104 formas tripomastigotas sanguíneas da cepa Y e tratados com os inibidores de ROS (N-acetilcisteína), e da óxido nítrico sintase induzível/iNOS (aminoguanidina) ou ambos, e determinado a parasitemia, mortalidade, produção de IgG e de citocinas no soro (IL-17, IFN-g, TNF-a) por meio de ELISA; e a expressão de RNAm de citocinas no miocárdio dos camundongos através de qPCR (PCR em tempo Real). Animais infectados com a cepa Y que tiveram a inibição simultânea de ROS e NO apresentaram mortalidade precoce (início da mortalidade no 6° DAÍ), foi observado 100% de mortalidade em todos os grupos de animais. Em seguida na tentativa de elucidar os mecanismos envolvidos na possível participação de ROS na resistência a infecção pelo T. cruzi quantificamos a produção de citocinas e IgG no soro. Em relação às citocinas, foi observado aumento na produção de IFN-g e TNF-a no soro como também no tecido cardíaco no grupo de animais infectados com a cepa Y que tiveram a inibição de ROS e NO, quando comparado ao grupo controle, o excesso na produção de IFN-g pode conduzir a efeitos deletérios ao hospedeiro. Quanto à produção de IL-17 e IgG total, não houve diferença entre os grupos de animais que tiveram ROS ou NO bloqueado. A expressão da iNOS foi maior no grupo onde os animais foram tratados com os inibidores das ROS e do NO se comparado ao controle não tratado. Os resultados indicam que as espécies reativas de oxigênio participam da regulação imunológica durante a infecção experimental pelo T. cruzi, evitando efeitos deletérios ao hospedeiro