CO-CIRCULAÇÃO DO VÍRUS DENGUE TIPOS 1, 2 e 4 NOS ESTADOS DO RIO GRANDE DO NORTE E PARAÍBA, 2013.
Vírus Dengue, Rio grande do Norte, Paraíba.
A dengue é uma doença viral transmitida ao homem pela picada de mosquitos do gênero Aedes, sendo o principal vetor urbano o Aedes aegypti. Atualmente tem causado, em escala global, considerável mortalidade e morbidade, o que a torna um grave problema de saúde pública em todo o mundo. São conhecidos quatro sorotipos antigenicamente distintos: vírus dengue (DENV) tipo 1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. O objetivo desse estudo foi Descrever o perfil epidemiológico da dengue nos estados do Rio Grande do Norte (RN) e Paraíba (PB) durante o ano de 2013. Para isso, foram estudados casos suspeitos de dengue, recebidos pelo Laboratório de Biologia Molecular de Doenças Infecciosas e do Câncer (LADIC-UFRN), provenientes de diferentes unidades de saúde dos estados do RN e PB, no período compreendido entre janeiro e dezembro de 2013. O RNA viral das amostras de soro foi extraído através do QIAmp Viral Mini Kit, sendo seguido o protocolo descrito pelo fabricante. Para detecção e tipagem dos DENV, foi utilizada a metodologia descrita por Lanciotti (J. Clin. Microbiol,v.30, n.3, p.545-551, 1992). Foram estudados 478 casos suspeitos de dengue, sendo 252 (52,7%) do Rio Grande do Norte e 226 (47,3) da Paraíba. A infecção por DENV foi identificada em 29,7% (142/478) dos casos. Foi observada a co-circulação de três sorotipos virais: DENV-1 (9,8% [14/142]), DENV-2 (3,5% [5/142]) e DENV-4 (86,7% [123/142]). A faixa etária de 21-30 foi a mais acometida pela doença em todo o período de estudo, representando 23,9% dos casos. O gênero mais acometido foi o feminino, representando 63,3% dos casos. O município de maior circulação do Estado do Rio Grande do Norte foi Pau dos Ferros, com 8,2% (8/97) dos casos identificados. Já na Paraíba, o município mais afetado foi João Pessoa, com 80% (36/45) dos casos. Os meses de maior circulação viral no RN e PB foram Março e Agosto, respectivamente. Estes resultados são de grande importância para a compreensão da atividade dos vírus dengue nos estados do RN e PB, fornecendo dados para nortear as ações de controle da doença, em apoio aos programas locais de combate a dengue.