Estudo da atividade antimalárica de plantas medicinais brasileiras e identificação de seus princípios ativos
Malária, Plantas Medicinais e Plasmodium berghei
A malária é uma doença causada de protozoário do gênero Plasmodium, acometendo aproximadamente 243.000 milhões de pessoas e ocasionando cerca de 863 000 mortes em 2008. Características intrínsecas contribuem para a dificuldade de controle da doença como a complexidade do ciclo de vida do parasita, falta de vacinas, inexistência de drogas profiláticas, resistência às drogas utilizadas no tratamento, condições ambientais de temperatura e umidade favoráveis para a multiplicação do vetor associados, bem como o rápido desenvolvimento da infecção. Como resultado da resistência adquirida pelas cepas de Plasmodium, a Organização Mundial de Saúde, tem promovido a pesquisa de drogas provenientes de produtos naturais baseada na abordagem etnofarmacológica. Diante disso o presente trabalho teve o objetivo avaliar a atividade biológica de extratos e frações de plantas medicinais dos Biomas da Caatinga e Amazônico diante da abordagem etnofarmacológica. Para isso utilizamos modelos in vivo e in vitro de modo a termos uma variedade ampla de testes avaliadores das atividade biológica das espécies estudadas. Nesse sentido, avaliamos as espécies Ximenia americana, Maytenus rígida, Sideroxylon obtusifolium, Stryphnodendro coriaceum, Bowdichia virgiliodes, Schinopis brasiliensis e Picrolemma sprucei. A Arrabidaea chica foi insolúvel nos solventes testados, sendo portanto, descartada sua avaliação. Diante das avaliações obtemos os seguintes resultados: exceto a X. americana, todas as outras espécies apresentaram atividade antimalárica in vivo; em relação a citotoxicidade, a maioria dos extratos apresentou efeito dose e tempo dependente nas diferentes linhagens celulares utilizadas neste estudo; e por fim, no teste de avaliação da atividade antimalárica in vitro, apenas S. obtusifolium, S. brasiliensis, S. coreaceum e M. rígida mostraram-se ativas contra a cepa multirresistente K1 de P. falciparum. Nesse contexto, pudemos observar que a abordagem etnofarmacológica foi uma ferramenta útil e promissora para este trabalho, proporcionando ganho substancial de tempo no desenvolvimento de novos protótipos antimaláricos, o permite sugerir avaliações subsequentes das espécies que apresentaram resultados promissores neste trabalho.