Padronização e implementação do uso de armadilhas de oviposição nas ações de monitoramento do mosquito Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) no município de Natal, RN.
Infusão; ovitrampa; Padronização.
A ovitrampa, ou armadilha de oviposição, é uma das ferramentas preconizadas pelo Ministério da Saúde como complemento aos métodos de vigilância do Aedes aegypti. Essa armadilha visa à coleta de ovos e é constituída por um recipiente de plástico preto, água e um compensado de madeira onde as fêmeas fazem a postura dos ovos. A eficiência dessa armadilha pode ser potencializada pelo acréscimo de infusões orgânicas. O objetivo do presente estudo foi de padronizar a aplicação dessa metodologia de monitoramento para o município de Natal-RN nas ações de monitoramento do A. aegypti. Para isso foram realizados testes de padronização da distância de instalação das ovitrampas, onde foram testadas as distâncias de 150 e 300 metros em dois bairros de Natal (Tirol e Quintas), essas distâncias eram alternadas semanalmente e os testes tiveram duração de 2 meses. Além disso, foram realizados testes de atratividade de infusões para fêmeas grávidas de A. aegypti feitos em laboratório e campo. As infusões testadas foram: capim (Panicum maximum), folhas jovens de caju (Anacardium occidentale), feno e água, como controle. Em laboratório os testes foram feitos com 100 fêmeas de A. aegypti (10 em cada gaiola) três dias após o repasto sanguíneo em camundongos e mantidas com solução açucarada. Recipientes plásticos contendo as infusões, preparadas a partir de 30 g dos materiais anteriormente citados e diluídas a 30%, foram colocados dentro de cada gaiola e mantidos por 5dias. O monitoramento foi feito diariamente onde eram retirados tanto os papéis-filtro que serviram de superfície de oviposição quanto os ovos presentes no líquido. Em ensaios de campo foram utilizadas 36 ovitrampas, distribuídas na UFRN, onde foram monitoradas durante 10 dias havendo a contagem dos ovos e troca das palhetas, diariamente. Como resultado da padronização das distâncias vimos que não houve diferença significativa entre as distâncias para nenhum índice pesquisado (IDO, IPO, IMO). Quanto os testes com as infusões, em laboratório a quantidade de ovos na infusão de caju foi maior do que todos os outros tratamentos, no entanto só foi significativa (p<0,05) em relação ao capim. Em campo o feno foi o melhor tratamento, mas não demonstrou diferença estatística com a água, somente com as demais, e não foi observada diferença entre os dias de postura.