FATORES AMBIENTAIS QUE INFLUENCIAM NA OCUPAÇÃO DE AVES DE SUB-BOSQUE DA CAATINGA DO SERIDÓ – UM ESTUDO DE CASO NA RPPN STOESSEL DE BRITTO.
Aves, Seridó, Caatinga, Ocupação.
As aves são um dos grupos zoológicos que mais sofrem com a descaracterização e fragmentação de habitats causados pela ação antrópica. A avifauna brasileira é composta por aproximadamente 1.919 espécies, com 510 espécies de aves que habitam a caatinga. As aves merecem destaque por sua diversidade taxonômica, característica de bioindicadores e grande capacidade de deslocar-se para escolha de seu hábitat, sendo que a avaliação de sua comunidade é uma importante ferramenta para verificar o grau de conservação e qualidade dos hábitats. Em vista disso efetuamos um levantamento ornitológico da área com o propósito de possibilitar a caracterização das aves predominantes no ambiente. Nesse sentido o presente estudo tem por objetivo investigar como os aspectos ambientais e as relações intra e interespecíficas afeta a distribuição de grupos de aves do sub-bosque da caatinga do Seridó e estimar a ocupação das mesmas em seu habitat. Dessa maneira coletamos dados por ponto-de-escuta em 40 unidades amostrais no período de menor pluviosidade. O estudo foi feito na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Salobro conhecida como Stoessel de Britto, situado entre o distrito de Laginhas pertencente a município de Caicó e o município de Jucurutu, ambos encontrados no estado do Rio Grande do Norte. A RPPN Stoessel de Brito contém um conjunto de espécimes de aves adaptados ao bioma da caatinga, esse grupo de vertebrados foi classificado seguindo o manual das aves do mundo o HBW Alive pelo hábito alimentar, sendo consideradas as seguintes guildas tróficas*: carnívoro, frugívoro, granívoro, granívoro de solo, insetívoro, insetívoro de solo, insetívoro de tronco, nectarívoro e onívoro. Foi utilizamos o programa MARK (versão 8.x.) para gerar modelos de ocupação estática, os quais incorporam dois processos estocásticos. Como parâmetros temos a probabilidade de ocupação (Psi) que é definida como a proporção de habitat ocupado por uma espécie e a probabilidade de detecção (p) que é a probabilidade da espécie alvo ser detectada em determinada área. Usamos modelos de ocupação para uma espécie e uma estação (Single-species, single-season occupancy models). Dessa forma obtivemos um conjunto de modelos formados a partir da hipótese inicial onde as covariáveis ambientais influenciavam na detecção (p) e na ocupação (Psi) dos grupos de aves (guildas). Diante das análises apontas pelo programa MARK tivemos uma distribuição de aves bastante heterogênea. Aqui observa-se que as guildas tróficas de carnívoros, frugívoros, granívoros, granívoros de solo e insetívoros, com o maior número de pontos de ocupação, destacando os granívoros e insetívoros generalistas com 92,5%, e granívoros de solo que ocupam 97,5% dos pontos de amostragem, já as guildas tróficas insetívoro de solo e insetívoro de tronco apresentaram 22,5% da sua ocupação, com sua ocupação influenciada pelas covariáveis ambientais.