UTILIZAÇÃO DA ESPECTROSCOPIA DO INFRA-VERMELHO MÉDIO (ATR-FTIR) NA IDENTIFICAÇÃO DO Trypanosoma cruzi em Triatoma brasiliensis INFECTADOS EXPERIMENTALMENTE
Trypanosoma cruzi; Triatoma brasiliensis; Bioespectroscopia. ATR-FTIR
A infecção pelo Trypanosoma cruzi é um problema de saúde pública, e é importante que seu diagnóstico seja realizado com rapidez e eficiência. Entretanto, as técnicas aplicadas apresentam baixa sensibilidade e especificidade no que concerne a vigilância entomológica e epidemiológica do parasito. Pensando nesta problemática, a bioespectroscopia com a utilização do ATR-FTIR foi utilizada neste trabalho para avaliar a eficiência na identificação da infecção experimental de Triatoma brasiliensis por diferentes DTUs do T. cruzi. Na padronização do modelo de calibração foram utilizadas ninfas de 4° e 5º estádio de T. brasiliensis, infectadas experimentalmente com diferentes DTUs do parasito (TcI, TcII, TcIII ou infecção mista), na concentração de 40.000 parasitos/mL de sangue. Seguidos 15 e 30 dias após infecção (DAI), espectros de infravermelho foram coletados do abdômen de cada inseto; 30 DAI, dejetos intestinais foram coletados e posteriormente utilizados para análise do kDNA. A padronização do modelo de calibração mostrou que a aplicação do infravermelho médio utilizando o ATR-FTIR discriminou os triatomíneos infectados e não infectados com o T. cruzi. Além disso, a técnica foi capaz de distinguir as DTUs utilizadas, separado-as em 5 grupos distintos apenas com a análise exploratória de dados por meio da aplicação da Análise dos componentes principais (PCA), a qual identificou diferencialmente grupamentos proteicos, ácidos nucleicos e em menor proporção, lipídeos. Desta forma, a bioespectroscopia aplicada com a utilização do ATR-FTIR foi eficiente, simples e acurada na identificação da infecção de T. brasiliensis por T. cruzi, podendo ser utilizado como ferramenta de diagnóstico futura, auxiliando na vigilância entomológica da infecção por este parasita.