VISÃO DA CIÊNCIA E DA MÍDIA IMPRESSA SOBRE DESERTIFICAÇÃO NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO: UMA ANÁLISE CRÍTICA
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A desertificação é um desafio ambiental global que envolve dimensões ecológicas, sociais e climáticas, cujas interdependências ainda são pouco compreendidas pela ciência. O processo atinge terras secas de todo o mundo, mas a metodologia e o próprio conceito do termo permanecem indefinidos, dificultando a avaliação de sua extensão e impacto. No Brasil, a desertificação atinge o Semiárido, lugar onde ocorre a Caatinga, bioma cronicamente devastado pela ação antrópica, politicamente desprotegido e historicamente negligenciado pela ciência (embora isso venha mudando), onde vivem cerca de 30 milhões de pessoas. O processo pode resultar em perda da biodiversidade da fauna e flora e fertilidade dos solos, que passam a reter menos água, trazendo graves consequências de ordem social, econômica e ecológica. Projeções climáticas avaliam que o aquecimento global por si só também pode aumentar o risco de desertificação ainda neste século. A ciência tem o papel fundamental de entender a natureza multidisciplinar desse problema, fornecendo subsídios para tomadores de decisão definirem estratégias de enfrentamento. Por outro lado, a mídia impressa constitui ferramenta importante de divulgação de informação e engajamento popular, estabelecendo ponte necessária entre conhecimento científico e sociedade. Essa pesquisa tem como objetivo avaliar como a ciência vem estudando a desertificação no Semiárido brasileiro e analisar seus reflexos na mídia impressa e políticas públicas do país.