Infravermelho-médio em Sistemas Binários com Componentes Evoluídas
Infravermelho médio; Disco de detritos; Rotação estelar; Sistemas binários.
No presente trabalho, estudamos o comportamento da emissão de infravermelho-médio, representada pelos índices de cor K - [22] e K - [12], obtidos a partir das magnitudes WISE e 2MASS, para uma amostra de 244 sistemas binários evoluídos de classe de luminosidade III e tipos espectrais F, G e K. Além de investigarmos esse comportamento em uma perspectiva evolutiva, analisamos também a relação entre tal emissão infravermelha e a velocidade de rotação, buscando por correlações e tendências entre esses parâmetros e reflexos de marés gravitacionais.
Para um melhor entendimento do perfil de evolução das estrelas foi construído o diagrama HR da amostra, juntamente com traçados evolutivos indicando um intervalo de massa de 0,6 até 7,0 . Verificamos neste diagrama que, a distribuição da emissão e da rotação apresentou comportamentos distintos. Enquanto a rotação apresenta uma descontinuidade em virtude da ausência de sincronização na maioria das estrelas, os índices de cor se mostram dispersos, sem dependências com a massa ou estágio evolutivo.
Estudamos o comportamento da emissão infravermelha em função de vários parâmetros, como a velocidade de rotação, período orbital e excentricidade. Com relação à rotação, observamos uma inibição do nível de emissão infravermelha para estrelas com rotação mais elevada, provavelmente devido a dispersão de possíveis discos circunstelares em virtude da ação de ventos estelares. Tal tendência é reforçada com o fato de que praticamente todas as estrelas com excesso de infravermelho confirmado pelas distribuições espectrais de energia, são estrelas de baixa rotação, ou seja, estrelas não-sincronizadas e não- circularizadas. Apesar deste fato, para a emissão infravermelha de uma maneira geral, não foi encontrada correlação clara entre tal emissão e os parâmetros orbitais (período orbital e excentricidade), sugerindo em um primeiro momento que, a emissão infravermelha não é influenciada pelos processos de sincronização e circularização dos sistemas binários. Ao aplicarmos o teste Kolomogorov-Smirnov (teste KS), verificamos que as distribuições cumulativas dos índices
de cor K - [22] e K - [12] para as estrelas (sincronizadas e não-sincronizadas) e (circularizadas e não-circularizadas) não apresentam diferenças estatisticamente significativas.