Efeitos de diferentes tipos estressores sobre a memória e apredizagem de ratas.
Estresse; memória; ciclo estral; estrógeno.
A exposição a fatores estressantes promove mudanças fisiológicas adaptativas do organismo ao meio ambiente. Dependendo do tipo, da intensidade e duração, o estresse pode afetar algumas funções cognitivas, particularmente o processo de aprendizagem e de memória. Alguns estudos também têm proposto que a ansiedade, em certa medida, seria necessária para que ocorresse a formação da memória. Neste contexto, memórias de experiências aversivas anteriores podem determinar a maneira e a intensidade com que são expressas as respostas de medo, o que justifica o grande interesse em analisar simultaneamente ansiedade e memória em animais. No mais, machos e fêmeas apresentam reações distintas em relação a estímulos estressores, mostrando diferentes níveis de ansiedade e diferenças no processamento da aquisição, retenção e evocação de informações mnemônicas.
Frente a essas informações, o presente estudo teve como objetivo verificar o efeito do estresse em parâmetros comportamentais de aprendizagem, memória e ansiedade de ratas submetidas a diferentes tipos de estressores de longa duração, (sete dias consecutivos): contenção (4h/dia), alta densidade populacional (18h/dia) e isolamento social (18h/dia), nas diferentes fases do ciclo estral. Nossos resultados mostraram que o estresse promovido pela contenção e pelo isolamento social não promoveram alterações no processo de aquisição, mas promoveu prejuízos na evocação da memória de ratas. Além disso, sugere-se um efeito protetor dos hormônios sexuais sobre a evocação da memória aversiva, uma vez que ratas que estavam nas fases proestro ou estro, fase de altas concentrações plasmáticas de estrógenos, não apresentaram prejuízos na evocação dessa memória. No mais, apesar do aumento dos níveis plasmáticos de corticosterona observado nas ratas submetidas ao estresse de contenção e isolamento social, os níveis de ansiedade permaneceram inalterados frente a essas diferentes condições de estresse.
Modelos animais baseados em estresse psicológico e social têm sido bastante abordados na literatura. Correlacionar respostas comportamentais, fisiológicas e psicológicas têm contribuído no aumento da compreensão dos transtornos psicofisiológicos envolvidos na resposta de estresse.