O risco de brincar: vigilância durante episódios lúdicos de Callithrix jacchus selvagens
brincadeiras, vigilância, sagui, comportamento
As brincadeiras consistem em um enigmático comportamento amplamente difundido nas espécies, sendo principalmente desempenhado por indivíduos imaturos. Ainda que não seja um fator decisivo na sobrevivência de um animal, está intimamente relacionado ao desenvolvimento de habilidades físicas, motoras, cognitivas e sociais. Apesar dos diversos benefícios, brincar é um comportamento altamente custoso, uma vez que demanda um elevado gasto energético. Além de se contrapor a comportamentos relacionados à sobrevivência imediata, como forrageio. Adicionalmente, existem possíveis riscos aos participantes, como injúrias em decorrência de quedas e aumento do risco de predação em consequência da diminuição da responsividade dos indivíduos envolvidos, os tornando vulneráveis. Uma forma de mitigar os riscos predatórios, é a vigilância, apresentando-se como uma estratégia que favorece a identificação de possíveis ameaças de forma antecipada, possibilitando uma resposta mais adequada frente a uma situação perigosa. Dessa forma, este estudo pretende investigar como o comportamento de brincadeira, enquanto um comportamento de risco, influencia na frequência de vigilância de adultos externos aos episódios lúdicos. Para isso, foram coletados dados comportamentais por meio da amostragem de varredura instantânea e animal focal em dois grupos de saguis-de-tufo-branco em ambiente de Caatinga. Esse estudo irá fornecer informações sobre comportamentos sociais não explícitos, como a percepção de risco, contribuindo para a compreensão etológica dos saguis-de-tufo-branco e outras espécies de primatas.