EFEITOS COMPORTAMENTAIS DA TANSULOSINA - ANTAGONISTA SELETIVO DE ADRENOCEPTOR α 1A - EM CAMUNDONGOS
tansulosina; adrenoceptores α1A; depressão; ansiedade; memória; antagonista seletivo.
A tansulosina é a principal forma de tratamento dos sintomas urinários em pacientes com hiperplasia prostática benigna. Este antagonista seletivo dos adrenoceptores α1A atua tanto na musculatura lisa da próstata como em outras regiões do sistema nervoso central. Estudos sugerem que o uso deste fármaco pode aumentar a probabilidade de desenvolvimento de quadros de depressão, demência e ansiedade em pacientes tratados, possivelmente pelo fato da tansulosina poder atravessar a barreira hematoencefálica. Um estudo recente (Zhang et al., 2019) utilizou animais knock-in para avaliar o papel do sistema límbico na modulação da resiliência frente ao estresse e os resultados sugeriram que os adrenoceptores tem papel importante neste processo. Além disso, foi demonstrado em outra pesquisa (Doze et al., 2009) que camundongos transgênicos que expressavam adrenoceptores α1A mutantes constitutivamente ativos apresentavam fenótipo do tipo antidepressivo e melhora geral na cognição. No presente estudo, busca-se avaliar os efeitos dos tratamentos agudo e repetido com a tansulosina no comportamento de camundongos. Os animais serão submetidos a testes de comportamento que analisam depressão (teste do nado forçado), ansiedade (labirinto em cruz elevado), deslocamento livre (campo aberto) e memória (reconhecimento de objetos). Ao final do estudo, espera-se ser possível compreender se a tansulosina pode promover efeitos danosos, como já mostrado em humanos, e entender as bases neurais envolvidas em sua ação, a fim de otimizar o tratamento de pacientes que fazem uso crônico do medicamento.