Efeito fase-dependente da reserpina na promoção do estresse oxidativo na via nigro-estriatal de ratos
Reserpina, Estresse oxidativo, Antioxidantes, Ritmos circadianos, Doença de Parkinson
A reserpina induz a falha na capacidade de armazenamento das monoaminas nas vesículas sinápticas, gerando uma depleção dessas substâncias no nervo terminal e aumento do estresse oxidativo (EO). Um grande corpo de evidências mostra que este fármaco causa o aparecimento de sintomas motores e não motores semelhantes aos vistos na doença de Parkinson, sendo seu protocolo de aplicação comumente executado durante a fase de claro. Alguns estudos, no entanto, sugerem que na fase de claro existe uma menor concentração de antioxidantes no organismo devido a oscilações diárias na produção de enzimas como a catalase e superóxido dismutase, além do neurohormônio melatonina, que apresentam picos durante a fase de escuro. Essas oscilações, portanto, podem representar uma vulnerabilidade dependente de fase a desordens decorrentes de danos a estrutura do DNA, peroxidação de lipídios e oxidação de proteínas. Muitos desses parâmetros de ritmicidade biológica não são levadas em conta no momento de padronização de modelos experimentais o que pode distanciar os resultados obtidos nesses animais da fisiopatologia de algumas desordens. Tendo em vista as interações da maquinaria circadiana e o EO, o objetivo deste trabalho é observar se o modelo farmacológico da reserpina em ratos (Santos et al., 2013), quando aplicado durante a fase de escuro, apresenta o mesmo efeito de indução dos sintomas da DP comparado com seu protocolo padrão de aplicação na fase de claro. Serão utilizados 160 animais com idade aproximada de 3 meses. Os animais serão submetidos à administração da reserpina em duas fases distintas, atividade e repouso; o efeito da droga será avaliado através do teste de catalepsia, em grupos de adição ou não de antioxidantes e melatonina. Posteriormente, serão avaliados parâmetros neuroquímicos relacionados à morte de neurônios dopaminérgicos, astrogliose reativa e estresse oxidativo na via nigro-estriatal.