Influência do Ensino superior na seleção sexual
Vivência universitária; Autoestima; Autoeficácia; Valor de mercado; Autoavaliação como parceiro romântico.
Ao longo do tempo de vida de um indivíduo, alguns períodos mostram-se particularmente significativos, na medida em que influenciam mudanças pessoais. Dessa forma, as experiências moldam a visão que temos do mundo e de nós mesmos. Nesse sentido, podemos destacar a Graduação como um período importante na vida de um indivíduo. A Universidade representa um grande meio de riqueza intelectual e oportunidade de desenvolvimento pessoal, pois nela, o universitário é exposto a uma grande diversidade de pessoas e conhecimentos. Desse modo, o Ensino Superior atua como catalisador de mudanças pessoais, em que o graduando tem a chance de ampliar e reavaliar suas percepções globais. O novo meio físico e social de um indivíduo promove alterações na maneira como ele se enxerga, influenciando, por exemplo, seus níveis de autoestima (conhecido como termômetro social) e autoeficácia (crença quanto às próprias capacidades). Considerando a importância da autoavaliação na seleção sexual (e.g. valor de mercado) e o potencial transformador da vivência universitária, faz-se interessante observar a relação entre essas autopercepções (autoestima e autoeficácia) e a influência sob o valor de mercado (autopercebido) dos graduandos. A presente pesquisa foi realizada com uma população universitária brasileira, sendo sua amostra composta de estudantes em duas etapas especificas da graduação, ingressantes e concluintes. Nosso intuito foi comparar como se apresentam as autopercepções dos estudantes quanto à autoestima, autoeficácia (geral e específica para a formação superior) e autoavaliação como parceiro romântico (APR), levando em consideração o distinto tempo de exposição às demandas acadêmico-universitárias. No primeiro estudo, nosso objetivo foi verificar a relação entre a autoestima e a autoeficácia dos graduandos no início e ao final da graduação. No segundo estudo, de posse do conhecimento prévio da literatura de que a autoestima atua sob a APR e tendo estabelecido a relação entre a autoestima e a autoeficácia em nosso primeiro estudo, nosso alvo foi observar a influência dos níveis de autoeficácia de estudantes universitários sob sua APR, em calouros e concluintes. Os resultados demonstraram haver correlação positiva entre autoestima e autoeficácia para os alunos representantes das duas etapas de formação e para ambos os sexos, não havendo diferença significativa entre as duas etapas. Adicionalmente, foi encontrada associação entre a autoeficácia geral e a autoavaliação como parceiro romântico, porém não houve significância quando considerada a etapa de formação. Além disso, quando analisada a relação da APR com a autoeficácia na formação superior, a associação foi significativa tanto para sexo como para etapa. Dessa forma, a presente pesquisa inovou ao utilizar o constructo autoeficácia no contexto da seleção de parceiros românticos e apresentar evidências da influência dessa autopercepção sob a APR, trazendo, assim, uma nova perspectiva de estudo para a área do comportamento reprodutivo.