Enfrentando o estresse: um estudo comportamental, hormonal e de personalidade em Macacos-prego (Sapajus spp.) cativos
Bem estar, diferenças individuais, estresse, personalidade, estereotipias.
Um dos pilares das "Cinco Liberdades" do Bem-estar animal versa que todos os animais devem ser livres de medo e estresse. Atualmente, apesar dos vários indicadores de bem-estar (ex. comportamentais, bioquímicos e fisiológicos), a integração dos resultados fornecidos por cada um ainda gera duvidas quanto ao real estado de bem estar de um dado animal. O cativeiro é um ambiente onde os animais são submetidos a vários eventos estressores tais como maior proximidade a seres humanos, menor oportunidade para exibir comportamentos naturais, além de macro e microclimas perturbados. Tais desafios são semelhantes, ou até mesmo maiores, àqueles encontrados por animais que vivem em áreas que sofrem alterações antrópicas. A maneira como os indivíduos respondem aos estímulos ambientais pode, no entanto, variar, a depender de suas características comportamentais e fisiológicas evoluídas. As diferenças individuais que são consistentes em diferentes momentos e contextos são chamadas de “personalidade” ou “síndromes comportamentais” e apresentam base fisiológica. Quando estas diferenças individuais se apresentam em condições subótimas, dá-se o nome de estilos de enfrentamento pelo qual o animal, por si só, tenta minimizar os impactos do estresse nos seus estados fisiológicos e psicológicos. Os dados foram coletados em 34 indivíduos da espécie Sapajus spp., em quatro ambientes distintos, localizados no Zoológico e no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), ambos em João Pessoa – Paraíba. Esse projeto pretende, através de dois capítulos, ampliar os conhecimentos científicos a respeito das diferenças individuais em relação ao ambiente estressante de cativeiro. No primeiro capitulo, exploraremos os comportamentos normativos de gênero e as estereotipias, integrando análises de comportamento, cortisol fecal e testes de personalidade, buscaremos a relação entre tais índices. Para o segundo capitulo, analisaremos esses três parâmetros em conjunto, antes e após um evento estresse (mudança de recinto), a fim de identificar características marcantes da resposta individual ao estresse agudo.