Banca de DEFESA: JULIA RIBEIRO GUIMARÃES DOMBROSKI

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JULIA RIBEIRO GUIMARÃES DOMBROSKI
DATA: 27/05/2015
HORA: 09:00
LOCAL: Anfiteatro das Aves
TÍTULO:

Ecologia acústica de pares fêmea-filhote de baleia franca austral (Eubalaena australis) (Desmoulins, 1822) em águas costeiras do estado de Santa Catarina, Brasil.


PALAVRAS-CHAVES:

Comportamento vocal, repertório acústico, ecologia comportamental, baleia franca do Atlântico Sul, par mãe-filhote.


PÁGINAS: 80
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

O monitoramento acústico passivo (MAP) permite a convergência de soluções para questões conservacionistas e científicas e vêm sendo utilizado com sucesso para a examinar diversos aspectos da biologia de cetáceos. Todavia, sua aplicação para ambos os fins depende da correta interpretação dos dados coletados e portanto de conhecimentos prévios sobre o comportamento e o repertório acústico da(s) espécie(s) alvo(s). O sul do Brasil é uma importante área de reprodução para baleias francas austrais (Eubalaena australis). Esta espécie ameaçada agrega-se anualmente entre Julho e Novembro principalmente no estado de Santa Catarina. Medidas de proteção são necessárias para assegurar a recuperação e para mitigar os efeitos de atividades antrópicas sobre esta população. Visando construir conhecimento necessário para implementação de MAP como ferramenta de pesquisa e conservação da baleia franca no Brasil, o objetivo deste trabalho é reunir informações sobre a ecologia acústica de pares-mãe filhote da espécie. Sensores autônomos foram instalados em duas localidades na APA Baleia Franca e continuamente monitoraram o ambiente e vocalizações de baleias francas. 1427 chamados com SNR > 10dB foram classificados em 7 categorias: upcall (55.8%), downcall (12.9%), v-call (12.3%), tonal constante (10.1%), tonal variável (6.7%), híbrido (1.6%), pulsado (0.6%). A frequência de pico média de todas as vocalizações foi 107.5±35.2 Hz e a duração média foi de 0.8± 0.7s. A análise do padrão nictemeral do comportamento vocal mostrou que o raking médio das taxas ajustadas de vocalização em cada período (amanhecer, dia, noite e anoitecer) não variam significativamente (Kruskal-Wallis x2=5.86, df=3, p=0.12). Provavelmente, estes resultados estão relacionados a ontogenia comportamental dos pares e refletem a relação espacial entre mães e seus respectivos filhotes no período final de permanência na área de invernagem. Gravações realizadas com um arranjo linear de hidrofones sincronicamente a observações comportamentais, revelaram que a taxa de emissão de chamados está relacionada ao nível de atividade em cada estado comportamental. Em estados de maior atividade, como durante interações entre pares e entre mães e seus filhotes, a taxa de emissão de chamados foi respectivamente 3.35 e 0.21 chamados/minuto. Por outro lado, enquanto se deslocando ou em descanso, a taxa de vocalização foi de 0.12 e 0.02 chamados/minuto. Nenhuma vocalização foi atribuída aos pares focais em mergulho ou amamentando. Os testes exato de Fisher (F=14.82; p=0.21) e chi-quadrado (x2=19.06; df=15; p=0.37) revelaram que a associação entre os tipos de chamados e os estados comportamentais não é significativa. Porém classes de chamados distintas foram emitidas em proporções diferentes em cada estado comportamental. O significado funcional das classes de vocalização no contexto da comunicação de pares fêmea-filhote é semelhante a aquele descrito em estudos prévios, realizados com outros tipos de grupo da espécie. A composição de informações gerada por este trabalho constitui as bases do conhecimento acerca da bioacústica da baleia franca no Brasil e serão fundamentais para a implementação de ferramentas de monitoramento e preservação baseadas em princípios acústicos. Além disso, representam um importante passo para a expansão do conhecimento do comportamento vocal de pares mão-filhote, um subgrupo vulnerável porém vital para as populações.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ARTUR ANDRIOLO - UFJF
Externo à Instituição - MARIA LUISA DA SILVA - UFPA
Presidente - 1863735 - RENATA SANTORO DE SOUSA LIMA MOBLEY
Notícia cadastrada em: 07/05/2015 14:24
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