DRD; Vesículas Extracelulares Urinárias; Nefrina; Podocina e WT1.
A Doença Renal Diabética (DRD) é uma complicação comum do Diabetes mellitus (DM), caracterizada pela perda precoce de podócitos e alteração das proteínas essenciais da fenda de filtração, como nefrina, podocina e WT1. Este estudo avaliou a expressão do RNAm dos genes Nphs1, Nphs2 e Wt1 no córtex renal, bem como a expressão proteica no tecido renal e em vesículas extracelulares urinárias (VEUs), utilizando um modelo experimental em ratos Wistar.Vinte e três ratos foram distribuídos em três grupos: controle (C), diabéticos induzidos por estreptozotocina (D) e diabéticos tratados com insulina (DT), acompanhados por 60 dias. Foram analisados parâmetros bioquímicos séricos e urinários, além de expressão gênica por RT-qPCR e proteica por Western blot. Após 60 dias, a insulinoterapia promoveu controle glicêmico eficaz, com redução significativa da glicemia (p < 0,001) e diminuição da albuminúria (relação albumina-creatinina, RAC; p = 0,036) em relação ao grupo D, embora ainda elevada comparada ao controle (p = 0,034). Nos grupos diabéticos, observou-se aumento significativo da expressão do RNAm dos genes estudados (p = 0,001), enquanto as proteínas correspondentes apresentaram redução no tecido renal (p = 0,021; 0,006; 0,004) e aumento nas VEUs (p = 0,034; 0,014; 0,004). A insulinoterapia não foi suficiente para previnir ou controlar essas alterações, apresentando resposta limitada em relação ao grupo D, ainda distinta do perfil controle. Esses achados reforçam o papel da insulina no controle da lesão podocitária, mas também evidenciam sua limitação quando utilizada isoladamente em estágios avançados da DRD. Os resultados indicam que a hiperglicemia induz uma resposta compensatória de transcrição gênica que não impede a perda proteica e a excreção aumentada via VEUs, refletindo a progressão da DRD. A insulinoterapia modera essas alterações, destacando a importância do controle glicêmico. Nefrina, podocina e WT1, tanto no tecido renal quanto nas VEUs, mostram-se potenciais biomarcadores sensíveis e específicos para o monitoramento da DRD.