Representações Sociais do “ser idoso” e suas implicações para a assistência e práticas educativas voltadas à população idosa em Natal/RN.
Representação Social; Velhice; Práticas Educativas.
No Brasil, os idosos correspondem a 21 milhões da população, 11,3% total da população. A pesquisa cujo objetivo foi investigar as representações sociais do ser idoso e sua influência sobre as práticas educativas para a velhice, aconteceu nos grupos de convivência e envolveu 103 idosos, os sujeitos da pesquisa tinham acima de 60 anos. Para tanto apoiamo-nos, dentre outros suportes, na teoria das representações sociais de Serge Moscovici e na teoria do Núcleo Central desenvolvida por Jean-Claude Abric (2000), bem como, nos estudos sobre envelhecimento humano (NERI, 2001; ELIAS, 2001; MATTA, 2003, PEIXOTO, 2005, BOSI, 2002). Do ponto de vista metodológico, utilizamos o método de determinação do núcleo central e entrevistas semi-estruturadas com idosos não participantes dos grupos de contraste para fins de contraste. Realizamos também a análise da frequência de evocação e ordem média de evocação, conforme propõe Abric (2000) e a análise categorial de conteúdo para entrevistas e justificativas das evocações. A análise das evocações foi realizada pelo software EVOC 2000, este apresentou o quadro com os possíveis elementos do Núcleo Central da representação social para o grupo investigado: feliz, saúde, liberdade, e vida. Ao analisarmos a estrutura do conteúdo representacional, identificamos que as cognições feliz e liberdade estão associadas à natureza descritiva da representação social, enquanto as cognições vida e saúde referem-se a natureza prescritiva para os idosos. Constatamos que acontece a reprodução do discurso circulante e estereotipado da velhice como “melhor idade” e, ao mesmo tempo, como sinônimo de doenças; o que reproduz práticas estigmatizadas, com base em atividades recreativas e, por vezes, a infantilização dessa população. Assim, a representação social compreendida como um guia para a ação, nesta visão estigmatizada da pessoa idosa, resulta em práticas educativas esvaziadas do propósito de envelhecimento com dignidade, a despeito da legislação vigente que garante esse direito para o idoso brasileiro.