TRILHAS DA INCLUSÃO ESCOLAR PERCORRIDAS POR UMA ALUNA COM PARALISIA CEREBRAL NA EJA: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS
Educação Especial; Educação de Jovens e Adultos; Inclusão Escolar; Paralisia Cerebral.
Nesta pesquisa qualitativa se discute as trilhas da inclusão escolar percorridas por uma aluna com paralisia cerebral, que denominamos LIZ, e que foi o sujeito referência deste estudo. Para a representação das paisagens encontradas, segue-se por caminhos históricos, políticos e pedagógicos, recolhendo-se através do método de estudo de caso, referências do atual contexto educacional brasileiro, analisando-se, quais as concepções atribuídas à inclusão e as práticas pedagógicas desenvolvidas por gestores e professores de uma escola regular da Cidade do Natal/RN. O marco teórico foi fundamentado a partir das ideias centrais de Vygotski (1991; 1997; 2004), seus seguidores, dentre outros. Foi essencial trazer para este caminhar investigativo uma pesquisa bibliográfica que dialogasse com os aspectos mais relevantes da abordagem histórico-cultural, ressaltando os pressupostos de uma tendência progressista de educação, que promove o envolvimento do sujeito em sua ação no mundo e para o mundo. Dessa forma, foi necessário, buscar respaldo teórico na Tecnologia Assistiva e na comunicação alternativa, no sentido de mostrar a importância do estabelecimento de comunicações outras, que fujam do padrão convencionalmente estabelecido pela escola. Neste itinerário recorreu-se a procedimentos para a construção de dados, como: a observação; a realização de entrevistas semi-estruturadas e questionários; e, a análise de documentos que respaldam e legitimam a inclusão, além do permanente registro em diários de campo. Nas trilhas de acesso a essa paisagem adentrou-se na educação de jovens e adultos procurando estabelecer um diálogo dessa modalidade com a Educação Especial. Verificou-se, ainda, que há grande fragilidade nas políticas da Educação de Jovens e Adultos. Dentre os resultados obtidos foram levantadas discussões acerca de um novo cenário onde a EJA desponta como modalidade de destaque nas relações estabelecidas pelo processo de inclusão escolar. Foram alvos de reflexões: a sistemática de planejamento e avaliação, a articulação pedagógica entre os professores da educação de jovens e adultos e das ações da sala de recursos multifuncionais e, a importância da formação continuada dos educadores envolvidos. Considerou-se, assim, que as mediações necessárias à inclusão escolar podem ser sustentadas se os caminhantes envolvidos estiverem em permanente contato com a natureza de uma proposta da Educação Especial na perspectiva inclusiva.