GRUPO ESCOLAR BARÃO DE MIPIBU: A AÇÃO DOS INSPETORES DE ENSINO NA EDUCAÇÃO PRIMÁRIA EM SÃO JOSÉ DE MIPIBU/RN (1909- 1930)
Grupo escolar; Inspeção de ensino; Cultura escolar.
Este trabalho tem como objetivo compreender a atuação da inspeção escolar no Grupo Escolar Barão de Mipibu para o cumprimento das prescrições das práticas educativas na referida instituição no contexto da instrução pública durante a Primeira República, entre os anos 1909 e 1930. O recorte temporal se justifica por tratar inicialmente do ano de instalação da instituição estudada e, por fim, o marco do final da Primeira República. Teoricamente, nos amparamos principalmente nas compreensões da instituição escolar a partir de Magalhães (2004) e Buffa (2002), de cultura escolar a partir de Viñao Frago (1995). Metodologicamente operou-se a partir de um estudo documental em uma perspectiva histórica, seguindo as orientações de Le Goff (1990), de Lopes e Galvão (2010) e considerando a compreensão do contexto para a escrita histórica a partir de Barros (2012). Analisou-se, principalmente, registros como Livros de termos de visitas e exames, Livro de notas diárias, Diários de classe, Livro de termos de inventário de móveis e utensílios do GEBM, atas publicadas no jornal A República, fotografia da cidade de São José, os Códigos de Ensino e os Regimentos Internos dos Grupos Escolares do Rio Grande do Norte. A pesquisa inicia-se com a primeira seção, onde são delineados os parâmetros e objetivos do estudo sobre a inspeção de ensino no Grupo Escolar Barão de Mipibu (GEBM). Esta seção aborda a metodologia empregada, a justificativa para a escolha do tema e os principais conceitos teóricos que sustentam a investigação. A importância de entender as práticas de inspeção de ensino, as normas reguladoras e as repercussões dessas ações no contexto educacional local é destacada, proporcionando uma base sólida para a análise subsequente. Na segunda seção, apresenta-se uma contextualização histórica de São José de Mipibu, cidade onde o GEBM está localizado. Este município, com sua história e desenvolvimento ao longo dos anos, oferece um pano de fundo essencial para compreender as dinâmicas educacionais e sociais que influenciaram o funcionamento do GEBM. A terceira seção foca nas normas regulatórias, irregularidades identificadas e as inspeções realizadas no GEBM. Durante as inspeções de ensino, foram observadas diversas irregularidades que levaram a punições aplicadas pela Inspetoria de Ensino. A seção detalha os tipos de irregularidades encontradas, as respostas da administração escolar e as consequências das ações de inspeção. A análise revela como a falta de recursos e infraestruturas adequadas influenciou o cumprimento das obrigações legislativas e regulatórias pelo GEBM. Na quarta e última seção, discute-se as repercussões das inspeções de ensino no GEBM, especialmente em relação à idealização e regularização das práticas educativas. As exigências da Inspetoria de Ensino, embora muitas vezes resultassem em cobranças e punições, impulsionaram a implementação de práticas educativas mais estruturadas e organizadas, como passeios e festas escolares, principalmente a partir do ano de 1920. Em conclusão, considera-se que durante a primeira década de funcionamento, o GEBM frequentemente enfrentou desafios para atender às exigências legais e regulamentares devido à falta de recursos adequados. As inspeções de ensino desempenharam um papel crucial na identificação de irregularidades e na aplicação de punições.