EFEITOS DE UM PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AMPLIADA NO PLANO DE AULA DE DOCENTES QUE LECIONAM A EDUCANDOS COM AUTISMO
Transtorno do Espectro Autista. Comunicação Alternativa e Ampliada. Plano de Aula. Formação docente.
A pouca disseminação de Prática Baseadas em Evidência (PBE) nas escolas, a ausência de formação adequada dos professores, dificuldades no planejamento das aulas e em estabelecer uma comunicação eficiente se apresentam como barreiras no desenvolvimento acadêmico de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Nesse sentido, a presente pesquisa tem como objetivo analisar os efeitos de um programa de formação em Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA) no plano de aula de professoras que lecionam a alunos com TEA na sala de aula regular. Participaram do estudo cinco docentes que atuavam no Ensino Fundamental – anos iniciais. O programa de formação, estruturado em uma perspectiva dialógica, discutida por Shulman (1986), foi pautado nas demandas reais apresentadas pelas participantes. No que concerne à metodologia da pesquisa, utilizou-se a pesquisa-ação estratégica e para a análise dos dados seguiu-se o princípio da Análise de Conteúdo proposta por Bardin (1977). Para auxiliar no processamento dos dados fez-se uso do software IRAMUTEQ (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires). Os resultados revelam que o programa de formação ampliou os conhecimentos das docentes a respeito do TEA e da CAA. De uma forma geral, elas conseguiram modificar e implementar, nos seus planos de aula, sistemas de CAA. A despeito desses resultados, algumas professoras apresentaram dificuldades no uso da CAA com foco nos aspectos sociocomunicativos dos alunos, mesmo demonstrando compreender os objetivos centrais da CAA. Os achados desta pesquisa ressaltam a necessidade de estudos voltados ao plano de aula e aos modelos de formação docente.