ENTRE O PROJETADO E O VIVIDO: A SOCIALIZAÇÃO E AS MARCAS DAS IDENTIDADES SOCIOPROFISSIONAIS EM JOVENS DO IFPB
Socialização. Identidades sociais e profissionais. Formação técnica. Ensino Médio integrado.
Este trabalho de tese teve como campo empírico de estudo o campus de Cabedelo do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), onde estudamos o processo de construção das identidades socioprofissionais de estudantes que cursam o Ensino Médio integrado à formação técnica em Meio Ambiente e Recursos Pesqueiros. Teve como objetivo compreender como os estudantes ajustam suas expectativas e constroem suas identidades socioprofissionais a partir do processo de socialização desenvolvido no IFPB, campus Cabedelo. Entendemos que a socialização promove episódios e transformações na história de vida de cada um dos estudantes (FERREIRA, 2004; 2006; 2009; 2014), impactando em desajustes de ordem cognitiva, relacional e emocional entre aqueles que ingressam na modalidade técnica integrada ao ensino médio. Nesse processo, os jovens se deparam com etapas de ajustamento à nova dinâmica, vivenciando estranhamentos, aprendizagem e afiliação (COULON, 2008) ao contexto escolar, lhes impulsionando a constituição de um novo ofício: ser estudante do ensino técnico integrado. A partir das diversas experiências socializadoras e formativas mediadas no cotidiano da escola, identidades sociais são firmadas ou reinventadas e novos processos identitários (DUBAR, 2005) são constituídos. Reconhecendo esse trânsito identitário, o estudo foi desenvolvido com base na adoção de um arcabouço teórico, com uma abordagem multirreferencial (BARBOSA, 1998; ARDOINO, 1998) e um direcionamento metodológico qualitativo, por meio da adoção de diversos instrumentos de pesquisa, como a pesquisa bibliográfica e etnográfica, a utilização da entrevista do tipo grupo focal, questionário estruturado, além de observações no campo empírico estudado. Todos esses recursos contribuíram na tessitura de um diálogo intencional visando promover inter-relações para uma melhor compreensão sobre a objetividade que os atores sociais fazem do seu contexto, como lidam com a experiência de formação integrada, com o saber, os espaços e as experiências de socialização que levam à construção de suas identidades socioprofissionais. O estudo revelou que identidades socioprofissionais são construídas pelos estudantes ora baseadas numa perspectiva condicional imediata, ora pautada numa visão realista de projeção duradoura e com maior prestígio social. O processo investigativo contribuiu também para o entendimento de que a complexa dinâmica do se fazer pertencente e membro de um contexto é um requisito primordial para facilitar o processo de adaptação, gerar novas atitudes e significações.