A FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR PEDAGOGO: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E PROCESSOS IDENTITÁRIOS
Formação Docente; Representações Sociais; Identidade Docente.
As sociedades modernas consolidaram a ciência como uma forma de conhecimento referencial para uma série de processos da vida cotidiana. A escolarização em massa, por exemplo, faz parte deste projeto de sociedade que tem por um de seus agentes promotores, o professor. Mesmo o conhecimento científico tendo se popularizado, outros saberes continuam a fazer parte dos processos diários da vida humana, como por exemplo, as representações sociais. Dito isso, este trabalho situa-se no campo de estudos sobre formação de professores e da Teoria das Representações Sociais. O objeto de nossa pesquisa são as relações entre representações sociais sobre o ensinar, de estudantes de pedagogia, com o processo de construção de identidades docentes. Nosso objetivo foi de averiguar se as identidades docentes estão sendo forjadas por objetos do repertório científico ou por saberes do senso comum. O trabalho foi desenvolvido com os estudantes do curso de Pedagogia Presencial da UFRN do campus central através do uso de um questionário, entrevistas semiestruturadas e observações em campo. O referencial teórico-metodológico foram os estudos da Teoria das Representações Sociais com Moscovici (2012) e Arruda (2014), além de estudos sobre identidade com Dubar (2012) e Ciampa (1994). Nossos resultados mostram que os estudantes de pedagogia, a partir de suas trajetórias e pertenças, vão significando o ato de ensinar como próprio da docência tendo como referência elementos do universo reificado apresentado pelo curso de Pedagogia. Contudo, continuam também a usar referências do senso comum para orientar suas práticas cotidianas, processo que incide nas suas elaborações identitárias.