NORMALISTAS DA PRIMEIRA TURMA DA ESCOLA NORMAL DE NATAL (1908-1950)
História da Educação. Normalistas. Escola Normal de Natal.
A presente pesquisa analisa a história da profissão docente dos normalistas formados na primeira turma da Escola Normal de Natal, Rio Grande do Norte, em 1910. Debruçamo-nos sobre os vestígios de atuação desses professores no campo educacional, seja em sala de aula, seja nos espaços de divulgação dos ideais pedagógicos da época. Fundamentamos nossa pesquisa nos pressupostos de Chartier (1990), Certeau (1982), Nóvoa (1987), Stone (2011), Catani (2010), dentre outros, bem como em documentos localizados nos acervos do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN); do Arquivo Público do Estado (APE/RN); da Biblioteca Nacional Digital; e da Escola Caetano de Campos (São Paulo). Nesses acervos localizamos documentos oficiais, como leis e decretos, Regimento Interno dos Grupos Escolares, mensagens e discursos dos governadores do Estado; documentos que compõem a escrituração escolar, como os Livros de Ponto, os Livros de Inscrição dos Grupos Escolares, os Relatórios de Inspeção, os Diários de Classe e as Cartilhas e Livros de Ensino utilizados em sala de aula; revistas, como a Pedagogium e a Revista de Ensino; e jornais A República, A Ordem, O Poti e Diário do Natal. Na primeira turma da Escola Normal de Natal formaram-se vinte e sete normalistas. Vinte mulheres e sete homens. São eles: Amphilóquio Carlos Soares da Câmara, Annita de Oliveira, Arcelina Fernandes, Áurea Fernandes Barros, Beatriz Cortez, Clara Fagundes, Ecila Pegado Cortez, Francisca Soares da Câmara, Francisco Ivo Cavalcanti, Guiomar de França, Helena Botelho, José Rodrigues Filho, Josefa Botelho, Judith de Castro Barbosa, Luiz Antônio dos Santos Lima, Luiz Correia Soares de Araújo, Manoel Tavares Guerreiro, Maria Abigail F. de Mendonça, Maria da Conceição Fagundes, Maria das Graças Pio, Maria de Belém Câmara, Maria do Carmo T. Navarro, Maria Julita de Oliveira, Maria Nathália S. da Fonseca, Olda Marinho, Severino Bezerra de Melo e Stella Vésper Ferreira Gonçalves. O estudo evidenciou que os normalistas diplomados na primeira turma da Escola Normal de Natal formaram-se a partir dos novos preceitos da escola primária pensada pela República. Atuaram nas instituições de ensino primário (Grupos Escolares, como professores e diretores e Colégios particulares); nos órgãos governamentais (Diretoria de Instrução Pública e Departamento de Educação do Estado, como inspetores e diretores gerais); na Associação dos Professores do RN, assumindo os cargos de diretoria da instituição; e nos veículos de comunicação impressos, com a direção e publicação de livros e artigos em jornais e revistas pedagógicas. Normalistas que tinham em comum, não somente a formação na Escola Normal de Natal, mas estavam em sala de aula, nos órgãos públicos e administrativos, nas associações, nas redações e em outros meios, produzindo práticas, delineando condutas e mentalidades. Representavam os docentes da moral, atendiam aos preceitos vigentes e contribuíram para a profissionalização docente do norte-rio-grandense. Formas de ser e fazer docente que evidenciam a história do magistério no estado.