OS COMPLEXOS BILÍNGUES DE REFERENCIAS PARA SURDOS DE NATAL: FUNDAMENTOS E PRÁTICAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL.
Complexos Bilíngues. Educação de Surdos. Inclusão. Exclusão. Educação Inclusiva.
Esta pesquisa de abordagem qualitativa tem por objeto de estudo as práticas e narrativas no currículo de uma escola municipal decorrente da implementação de políticas públicas de inclusão no campo educacional natalense por meio dos – CBRS – Complexos Bilingues de Referências para Surdos. Com fundamento na abordagem sócio-historica (FREITAS, 2003); e aporte em Bakhtin (1988), Vigostky (1998) e nos Estudos Culturais (JOHNSON, 2002; MATTELART, NEVEU, 2004) com ênfase nos Estudos Surdos (DORZIAT, 2009; 2011; SKLIAR, 2011; SÁ, 2011, 201?; LODI, MELO; FERNANDES, 2012). Como aportes teóricos também foram importantes as contribuições sobre o Currículo Escolar (SILVA, 1995), Educação de Surdos (LOPES, 2007; 2013) e Comunidade e Cultura Surda (SÁNCHEZ, 1990; LANE, 1992; SACKS, 2010). A pesquisa foi realizada entre o segundo semestre de 2014 e o primeiro semestre de 2015, em um dos CBRS da rede municipal de ensino de Natal/RN, tendo como objetivo geral a análise do currículo da E. M. Luiz Maranhão por meio das ações e enunciados de parte de seus profissionais envolvidos com a educação de alunos surdos e como objetivos específicos identificar a concepção de sujeito surdo na proposta dos Complexos e a finalidade da educação desses sujeitos nesses espaços. Como instrumentos, foram utilizados o roteiro de entrevista e os questionários e como procedimentos de pesquisas a observação participante, as entrevistas coletivas e a análise documental. Os dados foram analisados com base na Análise de Conteúdo (RAMPAZZO, 2002; FRANCO, 2005; BARDIN, 2011). A análise dos dados fez emergir as contradições e os descompassos nas narrativas e nas práticas curriculares. Diante dos dados analisados, concluímos que, nos anos iniciais no CBRS de Cidade Nova, Zona Oeste de Natal/RN, os fundamentos e as práticas manifestas vão de encontro a proposta de educação bilíngue do Movimento Surdo. A maioria dos colaboradores, como se pode constatar, concebe o sujeito surdo como deficiente e a educação bilíngue como mais um desdobramento da educação de pessoas com necessidades especiais.