DO AMANHECER AO CREPÚSCULO: o ambiente
inteiro por minhas narrativas
: Educação Ambiental. Complexidade. Ambiente Inteiro. Natureza.
Sustentabilidade.
A matriz da pesquisa desta dissertação permeia a concepção de educação
ambiental complexa. Tem por propósito a utopia realista de uma sustentabilidade
voltada para a elucidação de um modelo cultural, um modo de vida que possa
garantir a preservação dos seres vivos e não vivos, para compor um mundo em que
todos coexistam em harmonia. Para tanto, pensar esse modelo perpassa o
entendimento de que somos natureza. Essa compreensão pode ser evidenciada
tanto no que Karl Marx, no livro Manuscritos Econômico-filosóficos, afirma: “a
natureza é o corpo essencial do ser humano”, bem como Joël de Rosnay, em seu
livro O Homem Simbiótico explica que nós, seres humanos, “somos os neurônios da
Terra”. Nessa mesma perspectiva, Elisabet Sahtouris, em seu livro A Dança da
Terra, já ressaltou o quão é pouco rigoroso afirmar que “existe vida na Terra”, pois
somos conhecedores de que nosso planeta é um organismo vivo, logo existe a “vida
da Terra”. Dessa forma, fazemos parte dessa vida, somos uma parte do todo. Com
longa vivência na área ambiental, busco o entendimento coletivo de que a Educação
Ambiental é um processo pertencente a todas as áreas do conhecimento, sem
deixar margens para a sua subdivisão, ocasião que inicia-se o papel de profissional
bibliotecário que sou, como um mediador do processo educacional, cultural, e de
disseminação de informação, ou seja um educador ambiental. As pesquisas
realizadas levam-me a propor uma revisão de valores e atitudes, a partir de uma
certa reorganização do pensamento, uma ecologia das ideias e da ação,
evidenciada pelas leituras da educação e da complexidade, principalmente atento
aos escritos de Edgar Morin. Esta dissertação faz o uso da metáfora como operador
cognitivo, ao ressaltar o ciclo solar, relacionando-o com as fases de desenvolvimento
deste trabalho. Em síntese, tem-se como horizonte ressaltar a importância da
condição humana, o respeito pela natureza e o princípio da interdependência
natural, cultural e social. No intuito de que tenhamos uma sociedade que valorize as
relações de solidariedade com o outro, o respeito e a gratidão aos seres vivos e à
Mãe-Terra. O que me leva a convergir, na ressignificação do meio ambiente,
compreendendo-o como Ambiente Inteiro.