GUARARAPES CONFECÇÕES S.A: Da Empresa familiar ao Grupo Econômico
Mundialização do capital. Grupos Econômicos. Guararapes Confecções S.A. Varejo. Indústria têxtil.
Este trabalho discute a temática dos grupos econômicos enquanto empresas capitalistas modernas. Considera-se que em economias de capitalismo tardio como o Brasil, as combinações de estratégias empresariais e políticas de incentivo produtivo possibilitaram o surgimento e sobrevivência de algumas dessas grandes empresas. Parte-se da premissa que os grupos econômicos também estão associados ao processo mais recente de mundialização do capital e da constituição histórica de um sistema dominante de empresas, nascido em território europeu. Isto significou compreender estratégias empresariais, as relações entre Estados e empresas e especificidades que marcam alguns grupos econômicos. O trabalho revela que no Brasil, empresas modernas e competitivas do segmento têxtil e varejista como a Guararapes Confecções S.A surgiram da combinação de estratégi as empresariais e de sua associação às políticas de incentivo produtivo, sem prescindir do traço do controle e propriedade familiar. Isto é revelado por meio da análise de informações públicas e oficiais e com a reconstrução da trajetória histórica desta organização. O trabalho mostra que o surgimento do grupo econômico Guararapes Confecções S.A está inicialmente associado ao momento pós-Segunda Grande Guerra, e a sua constituição enquanto grupo econômico nacional às políticas de incentivo industrial dos anos de 1970. É discutido nos momentos posteriores a crise corporativa da empresa e os ingredientes de competitividade responsáveis pelo seu processo de modernização. Percebe-se que a Guararapes Confecções S.A preserva historicamente elementos mercantis e úteis para acumulação de capital, como o controle e a propriedade na gestão familiar. Esses traços estão origem das corporações, e se revelaram úteis para empresas em processo de expansão e modernização. Isto coloca a grande empresa como um lócus de poder e de realização de capital, capazes de transcender a mera lógica corporativa seja produtiva, comercial ou financeira.