O TEMPO DE CORTELLA, KARNAL, CLÓVIS E PONDÉ
Intelectuais; indústria cultural; educação corporativa; moderação cívica; filosofia; progressistas versus reacionários.
Este texto apresentará os resultados iniciais da pesquisa em dois momentos. No capítulo I, revisarei os usos do conceito de indústria cultural e a problemática dos intelectuais. No capítulo II, apresentarei uma reconstrução histórica da trajetória social, cultural e política dos “filósofos pop” Mário Sergio Cortella, Leandro Karnal, Clovis de Barros Filho e Luiz Felipe Pondé. Neste sentido, buscarei explicitar e descrever os nexos entre gênese social, estrutura e funções sociais da produção e atuação desses atores nos espaços da indústria cultural e da esfera pública do Brasil contemporâneo. A partir da seleção de um corpus restrito que consiste nos cinco livros mais vendidos e em três intervenções na esfera pública (2016 e 2019), trabalharei, na ótica de uma crítica imanente, com a hipótese de que a ascensão desses atores se deu através de dois processos. Em primeiro lugar, operou-se a construção de um roteiro persuasivo inspirado nas novas formas de justificação do capitalismo, o que resultou em investimentos bem-sucedidos em educação corporativa e aconselhamento filosófico. Em seguida, foi construída uma performance de moderação cívica convincente no contexto do drama dos movimentos progressistas versus reacionários da década de 2010.