Tecendo Redes e Tramas: A Importância das Práticas Educativas na Participação Política das Mulheres
Economia Solidária; Educação Não–Formal; Desenvolvimento; Redes; Divisão Sexual do Trabalho.
O presente trabalho é um estudo de caso que tem como objetivo analisar as práticas educativas desenvolvidas no campo da educação não formal, junto a grupos produtivos de mulheres rurais que fazem parte da Rede Xique Xique de Comercialização, apoiadas pelo projeto Rede de Economia Solidária e Feminista. Este projeto foi executado nacionalmente em nove Estados do Brasil e no Rio Grande do Norte apoiou quinze grupos de mulheres, localizados nos territórios do Mato Grande e Açú-Mossoró, nos municípios de São Miguel do Gostoso, Mossoró, Grossos, Tibau e Baraúnas. A pesquisa objetiva verificar se a participação das mulheres nos processos formativos pode contribuir para a construção e desenvolvimento da sua autonomia econômica e política e na apropriação da condição de agente nos espaços onde estão inseridas. A discussão teórica esta fundamentada nas categorias educação não formal, economia solidária, redes e o desenvolvimento como liberdade a partir das reflexões feitas por Coombs, Trilla, Gohn, Paul Singer, Euclides Mance e Amartya Sen, respectivamente. Para coleta de dados, foram realizadas no total onze entrevistas individuais, com as mulheres dos grupos, incluindo duas lideranças, uma entrevista com a articuladora local do núcleo agroecologico da Rede Xique Xique de São Miguel do Gostoso e uma entrevista com uma técnica colaboradora da Rede Xique Xique. Além das entrevistas foram realizadas visitas aos grupos produtivos, visitas as feiras, participação em reuniões, seminários, encontros e oficinas promovidos pela Rede Xique Xique ou instituições parceiras, também utilizou-se pesquisa bibliográfica e documental. Para analisar os dados, as entrevistas foram transcritas e categorizadas de acordo com os objetivos apresentados. A pesquisa demonstrou que a partir dos aprendizados gerados nas vivências, mulheres conseguem construir e valorizar sua liberdade, criando formas de apoio e fortalecimento mútuo entre elas, destacando a importância do acesso a informações e conhecimentos que lhe propiciam estabelecer novos parâmetros em suas relações sociais, bem como descobrirem-se/assumirem-se como sujeitos de suas próprias histórias.