ESTADO E LUTA DE CLASSES: Abordagens marxistas sobre a relação entre o Estado e a luta de classes no capitalismo tardio
MARXISMO; ESTADO BURGUÊS; LUTA DE CLASSES; CAPITALISMO TARDIO.
Este trabalho se propõe a analisar a abordagem marxista acerca da relação entre o Estado burguês e a luta de classes frente às mudanças geradas pelo capitalismo tardio. Considera-se que estas mudanças, iniciadas em meados de 1970, provocaram a reestruturação do processo produtivo, reorganização das formas de dominação política e ampliação da exploração e espoliação das classes oprimidas. Procura-se aqui discernir, descrever e explicar como essas mudanças incidiram, segundo a perspectiva marxista, na relação entre o Estado e a luta de classes, visto se tratar de mudanças substantivas na morfologia das classes e das relações de poder. Decerto, para o marxismo a luta de classes é o que anima as ações do Estado. Além disso, a abordagem marxista se mostra atual para a compreensão dessa relação. Essa é a hipótese desta pesquisa. E dado que o capitalismo tardio, em detrimento das suas contradições, coloca atualmente em dúvida a sobrevivência da humanidade, a transformação dessa formação social se torna imprescindível. Se essa constatação procede, ela justifica a escolha do marxismo não somente porque essa matriz epistemológica explica as mudanças geradas pelo capitalismo, mas igualmente porque propõe a transformação radical deste. A fim de sustentar a validade da hipótese, esta pesquisa apresenta uma sistematização bibliográfica e conceitual das principais obras inscritas na tradição marxista e expõe um diagnóstico do capitalismo tardio e suas contradições. Os resultados alcançados constatam então que há uma tendência crescente da concentração de riqueza e, ao mesmo tempo, ampliação do pauperismo das classes oprimidas. Tendência esta que tem gerado o acirramento da luta de classes, colocando, portando, a relação entre o Estado burguês e a luta de classes em permanente tensão.