A dimensão informal do circuito infeior da economia inferior da economia urbana em Mossoró
Circuito da economia urbana, comércio, vendedor ambulante, espaço público, Mossoró.
Este estudo se fundamentou na análise e na compreensão da dinâmica do circuito inferior da economia e na dimensão do setor informal na cidade de Mossoró (RN). A operacionalização da teoria dos dois circuitos da economia urbana, com base em Santos (2008a) foi imprescindível para se entender o comércio informal como parte da totalidade da cidade de Mossoró. Deu-se ênfase ao estudo do circuito inferior da economia e sua abrangência no setor informal no centro comercial da cidade, mais especificamente no comércio ambulante na Rua Coronel Gurgel. A dinâmica da referida rua revela as diferentes formas que o território é usado, simultaneamente, por diversos agentes sociais como pedestres, consumidores, proprietários de estabelecimentos comerciais e, sobretudo, pelos vendedores ambulantes. Estes vendedores ocupam os espaços do centro comercial, instalando suas barracas ou bancas, especialmente, nas calçadas, locais estratégicos por excelência, para a comercialização de seus produtos, devido ao grande fluxo pessoas que buscam bens e serviços no local. Como procedimentos metodológicos e técnicos, para o levantamento de dados primários, optou-se pela aplicação de questionários e realização de entrevistas, com diversos usuários do circuito inferior, tanto consumidores, como vendedores. A análise destes questionários, juntamente com o embasamento teórico, nos revelou que existem vários conflitos sociais e políticos ligados ao uso dos espaços públicos, como calçadas e canteiros, no centro comercial, e que estes conflitos demonstram cada vez mais que os ambulantes necessitam de um espaço dotado de infraestrutura para a realização de suas atividades. A falta de eficiência do poder público, assim como a lentidão de suas ações, em organizar um espaço que tenha condições de instalar adequadamente os vendedores ambulantes, se constitui como um dos principais problemas enfrentados por estes pequenos comerciantes, que dispõem de poucos recursos financeiros e materiais para desenvolverem suas atividades de sobrevivência no mundo globalizado. Ao mesmo tempo, verificou-se a importância desses agentes, enquanto último elo do circuito da economia urbana, na distribuição de vários bens consumo, possibilitando a satisfação de algumas necessidades da população, em especial, da parcela com menor por aquisitivo.