DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL E ECONOMIA SOLIDÁRIA: A AGROFLORESTA, COMO ESTRATÉGIA DE ADAPTAÇÃO AMBIENTAL EM REGIÕES SECAS DE MASSINGA/MOÇAMBIQUE.
Palavras-chave: Agrofloresta; Economia Solidária; Desenvolvimento; Sustentabilidade,
Adaptação Ambiental; Moçambique.
Esta tese propõe uma reflexão crítica aprofundada sobre o papel da agrofloresta como estratégia de adaptação ambiental em territórios semiáridos, com particular enfoque no distrito de Massinga, Moçambique. O estudo fundamenta-se na interconexão entre agroecologia, economia solidária e desenvolvimento territorial sustentável, buscando elucidar as complexas articulações dessas abordagens na construção de sistemas produtivos que promovam resiliência, inclusão social e regeneração ambiental. A investigação adota uma abordagem metodológica mista, caracterizada por sua natureza qualitativa e aplicada, com delineamento exploratório e descritivo. O arsenal técnico empregado incluiu uma extensa revisão bibliográfica, análise documental aprofundada, entrevistas semiestruturadas, observação direta participante e o uso de metodologias participativas, como o Diagnóstico Rápido Participativo e Emancipador. A coerência e a validade dos dados foram reforçadas por uma abordagem etnográfica intensamente enraizada no trabalho de campo, permitindo uma compreensão holística dos fenômenos estudados. Os resultados preliminares, mas robustos, indicam que, em contextos severamente impactados por longos períodos de estiagem, como o de Massinga, as práticas agroflorestais adquirem uma relevância estratégica inquestionável. A integração sinérgica de culturas alimentares com espécies arbóreas nativas resistentes à seca não se mostra apenas fundamental para a regeneração e manutenção dos ecossistemas locais, mas também para a valorização multifacetada do papel das mulheres agricultoras e para a dinamização e fortalecimento de redes locais de economia solidária, que promovem a autonomia e o empoderamento comunitário. A abordagem proposta por esta tese está em plena consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, notadamente os ODS 2 Fome Zero e Agricultura Sustentável, 12 Consumo e Produção Responsáveis e 13 Ação Contra a Mudança Global do
Clima. Adicionalmente, alinha-se aos princípios norteadores da Agenda 2063 da União Africana, que visa a construção de uma África próspera e pacífica. O trabalho propõe, assim, caminhos concretos para a edificação de um futuro mais justo, sustentável e resiliente no continente africano.