De dia é João e de noite é Maria: O espaço geográfico lido a partir do corpo da drag queen.
Drag queen, Espaço, Cidade, Natal.
O corpo talvez possa não parecer, inicialmente, uma temática geográfica, sobretudo o corpo drag. Contudo, ao compreender que as dimensões espaciais são abertas, inconclusas, diversificadas, feitas de texturas impalpáveis e imateriais; o espaço torna-se pele, corpo, chão, cidade (HISSA e NOGUEIRA, 2013). Sendo assim, ao analisar a vivência das drag queens na cidade, é possível notar o quão influente os corpos podem ser no espaço e o quanto o espaço pode influenciar esses corpos. Dessa forma, cabe-se questionar: De quais modos o espaço pode influenciar a maneira como a drag queen vivencia a cidade? E como a drag pode ser concebida enquanto um fator que ressignifica a maneira como a cidade é ofertada para quem deseja aproveitar a noite urbana? A presente pesquisa surge como uma jornada de descobertas e reflexões, ao revelar dimensões que poderiam parecer desconexas, ou passar desapercebidas, mas que revelam a influência da drag queen nas configurações do espaço urbano, junto a influência desse na construção do “eu”. Para isso, analisamos a vivência de drag queens em Natal (RN) e, na medida em que o fenômeno foi se revelando, nos debruçamos nas questões teórico-conceituais.