GESTÃO DO TERRITÓRIO EM REGIÕES METROPOLITANAS NO ESTADO DA PARAÍBA
Região. Gestão do Território. Região Metropolitana. Sistema de Indicadores.
A Região Metropolitana (RM) é um espaço geográfico de contradições, de institucionalizações forjadas e de novas formas de regionalização, onde se espera intensa urbanização, entrelaçamento territorial com municípios vizinhos e execução de políticas públicas. Na discussão geográfica contemporânea, destaca-se a problemática da “efetividade” da regionalização e metropolização destes espaços, expressas no planejamento de políticas setoriais, no sistema integrado de alocação de recursos e na execução compartilhada de projetos, a ausência de uma política metropolitana efetiva e de critérios claros para a delimitação de RM no Brasil implica em unidades instituídas que nem sempre apresentam práticas territoriais metropolitanas. A partir disso, tomou-se por objetivo analisar as RMs institucionalizadas na Paraíba sob o viés da Gestão do Território, discutindo os limites de sua efetividade enquanto fato e ferramenta. Enquanto pressuposto metodológico adotaram-se os fundamentos do Método da Análise Regional e, orientados por uma perspectiva quanti-qualitativa, foi construído o sistema de análise, organizado em indicadores comparativos de gestão do território. No plano dos procedimentos metodológicos, foram realizadas: pesquisa bibliográfica, tanto de autores da Geografia, quanto de temáticas afins ao estudo da RM, levantamento documental, obtido junto aos órgãos oficiais, como Assembleia Legislativa da Paraíba e IBGE, pesquisa de campo nas sedes metropolitanas, com entrevistas efetivadas junto aos gestores municipais, com intuito de compreender as ações realizadas no âmbito da gestão metropolitana. Ainda foram realizados observações e mapeamentos de elementos socioespaciais oferecidos pelo núcleo à região e pesquisa em laboratório, com trabalho cartográfico, tabulação dos dados e construção do sistema de indicadores. Os resultados em geral apontam para uma crise na regionalização e para uma quase inexistência da metropolização na Paraíba. A dimensão ferramenta se impõe e, ao se impor, demonstra que as RMs instituídas no interior do estado correspondem a um instrumento de gestão do território, servindo para regulamentar um grupo de municípios que não apresentam projetos de planejamento territorial em comum. Essas RMs interioranas, a exceção de uma cidade de médio porte (Campina Grande – PB) se mostram em uma crise do fato, tanto na condição “regional” como na condição “metropolitana”. Instituem-se como ferramenta, e mesmo nesta condição se apresentam em situação de inércia e inoperância. Tomam-se, assim, essas RMs como um “fenômeno de papel”, fortemente presente na legislação e debilmente representado nas práticas territoriais.