TERRITÓRIOS INDÍGENAS NA PROVÍNCIA DE BUENOS AIRES/ARGENTINA: UM ESTUDO SOBRE A RESISTENCIA TERRITORIAL A PARTIR DA CARTOGRAFIA SOCIAL
invisibilidade, povos indígenas, território usado, cartografia social
O objeto desta pesquisa refere-se a invisibilidade dos povos indígenas na Província de Buenos Aires, evidenciada pela ausência de informações oficiais que dêem conta da existência desses povos e sua situação geográfica atual impedindo, desse modo, que esses reivindiquem seus direitos reconhecidos a partir da mudança de paradigma que significou a reforma da Constituição Argentina de 1994. Deste modo, o objetivo do trabalho é compreender as razões dessa invisibilidade, refletindo sobre o uso do território provincial e o papel do poder público na constituição deste fenômeno, utilizando-se do arcabouço teórico e analítico da cartografia social e das metodologias participativas. A teoria do espaço desenvolvida por Milton Santos servirá de base para a fundamentação da pesquisa. Nela procura-se estudar o espaço geográfico como uma instância social, que se define em processos de permanente relação de materialidades e fluxos, mediados por normas e técnicas. Assim, o conceito de território usado será basilar na interpretação da situação atual dos povos indígenas na província de Buenos Aires, e do papel das autoridades públicas na sua invisibilidade. Propõe-se enquadrar a investigação nos fundamentos das metodologias participativas, entendidas como instrumentos de pesquisa destinados a propor intervenções que irão abrir o caminho para o diálogo entre saberes e atores diferentes. Especificamente, a cartografia social permitirá uma aproximação aos usos e significados do território através das oficinas de mapeamento participativo, ao tempo que facilitará a localização e o reconhecimento de suas formas de existência. Neste sentido, a cartografia social entendida como uma ferramenta de empoderamento da população, mais do que um produto cartográfico, constitui-se em um processo de criação de conhecimento coletivo, com igual ou maior validade do que o próprio resultado.