PROSPECÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE IN VITRO E IN VIVO DOS EXTRATOS DA SEMENTE DE CHAÑAR (GEOFFROEA DECORTICANS) (GILL. EX HOOK. ET ARN.) BURKART (FABACEAE).
Extrato etanólico; Extrato aquoso; Compostos fenólicos; Estresse oxidativo; Sulfato de cobre; Tenebrio molitor.
O uso de plantas para fins medicinais é uma prática realizada desde os tempos antigos por intermédio do uso de diversas partes das plantas. Sua utilização dá-se como fonte terapêutica complementar. A Geoffroea decorticans, conhecida popularmente como Chañar, é uma planta nativa do Chile pertencente à família das Fabaceae, sua casca, flores, frutos e folhas possuem usos na medicina popular com conhecida atividade expectorante, incluindo distúrbios broncopulmonares e alívio de dores, bem como desempenho de atividades antioxidante e antinociceptiva com o fruto. No entanto, há poucos estudos relatando tais atividades com extratos da semente de Chañar. Posto isso, nosso trabalho teve como objetivo avaliar e caracterizar o potencial antioxidante, citotóxico e de proteção frente ao estresse oxidativo induzido por sulfato de cobre (CuSO4) dos extratos etanólico (EE) e aquoso (EA) da semente de Chañar utilizando metodologias in vitro e in vivo. Com estes dois extratos foram realizados primeiramente uma caracterização fitoquímica (HPLC – GC-MS/MS) além de ensaios expectofotométricos como: compostos fenólicos totais e flavonoides totais. Posteriormente, foram realizados ensaios bioquímicos com o intuito de avaliar o potencial antioxidante in vitro por meio de cinco ensaios espectrofotométricos (CAT; Poder redutor; DPPH; Cobre e Ferro) que visaram verificar os possíveis modos de ação pelos quais estes compostos bioativos estariam contribuindo com a manutenção da homeostase redox celular. Foi utilizada também a linhagem celular de fibroblastos NHI-3T3 para avaliar a citotóxicidade, do EE e EA, bem como o papel protetivo dos extratos quando esta linhagem celular foi submetida ao agente estressor sulfato de cobre (CuSO4) além do potencial em induzir ou não a migração celular observando o fechamento de uma ferida. Os extratos foram testados também em modelo animal invertebrado o (Tenebrio molitor). Realizando ensaio de sobrevivência a fim de avaliar a toxicidade dos extratos, capacidade protetora por intermédio do ensaio de estresse oxidativo por sulfato de cobre, avaliando também parâmetros de melanização e desenvolvimento do inseto. Deste modo, os resultados obtidos por cromatografia detectaram metabolitos secundários como (Fitol; Alfa-tocoferol; Vitexina e Rutina. Os ensaios expectofotométricos in vitro demonstram a capacidade antioxidante dos extratos atuarem por diferentes mecanismos de ação (inibindo, sequestrando e quelando). Enquanto que os ensaios em modelo celular NIH/3T3 revelam a ausência de citotóxicidade do EE e EA, além de conferir proteção frente ao estresse por (CuSo4). Em modelo animal os extratos mostraram mais uma vez a excelente capacidade protetora frente ao estresse oxidativo, capaz de combater radicais livres gerados, mitigando a melanização exacerbada pelo estresse e a ausência de modulação no processo de metamorfose do inseto. Tomados em conjunto os ensaios (in vitro e in vivo) podem vir a indicar que os extratos EE e EA das sementes de Chañar podem ser uma possível fonte de compostos bioativos com excelentes propriedades antioxidantes. Fortalecendo também a utilização dos derivados gerados pela planta, potencializando assim seu consumo, visto que a depender do consumo da fruta as sementes são tidas como um resíduo da cultura. Além de fornecer evidências científicas para a população usuária, regidos por estudos fitoquímicos citotóxicos.