TRABALHO E ENSINO COLABORATIVO PARA A PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: FORMAÇÃO COLABORATIVA NA ESCOLA
Educação inclusiva. Formação de professores. Trabalho colaborativo. Ensino colaborativo. Teoria Histórico-Cultural da Atividade.
Tendo em vista que a educação especial na perspectiva inclusiva vem sendo um dos grandes desafio da escola atual, e que ao longo de décadas tem tentando se consolidar em meio às contradições de acesso e permanência, este estudo volta-se à cultura de colaboração como ferramenta para inclusão de todos, e tem como finalidade sistematizar uma possibilidade de desenvolvimento do trabalho e ensino colaborativo para promoção da inclusão escolar e para o trabalho dos profissionais da escola por meio de uma formação colaborativa. Esta pesquisa é fundamentada na Teoria Histórico-Cultural da Atividade baseada nos autores Vigotski (2021, 2022); Leontiev (2014, 2021) e Engestrom (2016), a qual é marcada como arcabouço medular que perpassa pelas compreensões de inclusão escolar e de colaboração na escola. A colaboração neste estudo é entendida em dois domínios que se complementam: o trabalho colaborativo entre todos os profissionais na escola, tecido pelos autores dessa teoria e Damiani (2008), (2009); e o ensino colaborativo entre professores da educação especial e do ensino regular, respaldado pelas autoras Capellini; Zerbato (2019) e Mendes, Vilaronga e Zerbato (2022). A pesquisa segue uma abordagem qualitativa de metodologia colaborativa baseada nos princípios de Ibiapina (2016). O estudo teve a formação continuada colaborativa como cerne da pesquisa e foi organizada em dois tipos de discussão: Trabalho colaborativo na escola e Ensino colaborativo. O Trabalho colaborativo na escola ocorreu durante três sábados da Jornada Pedagógica com todos os profissionais, docentes e não docentes, tendo como objetivo desenvolver ações colaborativas entre os participantes, as quais promovam transformações na cultura escolar inclusiva. Já o Ensino colaborativo aconteceu em horário de planejamento dos professores, atendendo sete duplas formadas por um professor da educação especial e um professor do ensino comum, dessa forma conseguiu-se realizar em média de três a cinco encontros com cada dupla, totalizando 28 encontros para a formação do ensino colaborativo o qual teve como objetivo principal entender o trabalho pedagógico já realizado e contribuir para organização do ensino colaborativo em uma prática de educação para todos. Os dados foram coletados por meio da gravação de voz, fotografia, atividade de levantamento dos problemas da escola, diário de campo, questionário autoavaliativo e produções (desenhos, esquemas) feitos pelos participantes. Esses dados são analisados seguindo a análise textual discursiva (Moraes, 2003). Por se tratar de um mestrado profissional, há a exigência da elaboração de um produto educacional ao final da pesquisa, e neste estudo a construção do produto poderá se consolidar em um material que sistematiza a formação colaborativa realizada na escola ou em um material que sistematize princípios para o trabalho e ensino colaborativo na escola.