TRANSMISSÃO PERINATAL DO CITOMEGALOVÍRUS EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS ATRAVÉS DO LEITE MATERNO.
Citomegalovírus; Aleitamento Materno; Recém-Nascido Prematuro; Unidades de Terapia Intensiva Neonatal.
O Citomegalovírus humano (CMV) é um vírus de DNA linear de cadeia dupla e possui uma ampla distribuição mundial, variando a sua soroprevalência conforme diversos fatores epidemiológicos. A amamentação representa uma importante via de transmissão de várias infecções da mãe para o filho incluindo a infecção perinatal por CMV. O presente estudo justifica-se pela necessidade de trabalhos que abordem a incidência de casos da transmissão perinatal e a correlação com os fatores de risco e o desfecho clínico dos neonatos prematuros, contribuindo com a melhor decisão a ser tomada para o aleitamento materno, pesando os riscos e benefícios e, por conseguinte, adotando a melhor conduta médica nas Unidades de Terapia Intensiva de Neonatologia (UTIN) acerca da segurança do leite materno. O objetivo geral desse estudo foi avaliar a transmissão perinatal do CMV em recém-nascidos (RN) prematuros provenientes de uma UTIN através do aleitamento materno. O estudo foi observacional, de coorte longitudinal, prospectivo, envolvendo RNs prematuros internados na UTIN da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) durante o período de 30 de setembro de 2021 a 2 de junho de 2022 com idade gestacional inferior a 33 semanas ou peso ao nascimento inferior a 1500g, excluindo-se os casos de malformações graves ao nascimento. Todas as mães foram submetidas a coletas de sangue após o parto e testadas quanto à soropositividade para o CMV. Já as amostras biológicas de urina dos prematuros e o leite materno foram submetidas às técnicas de biologia molecular (extração, PCR e eletroforese). Os dados clínicos e laboratoriais foram obtidos a partir dos registros dos prontuários médicos obtidos pela equipe de Neonatologia da maternidade. Como resultados parciais, constatou-se a ocorrência de soropositividade para anticorpos IgG anti-CMV em 76/77 mães (98,70%) e de IgM em 3/77 pacientes (3,90%). A taxa de detecção do vírus no leite materno foi analisada em 21/63 (33%) mães com amostras de leite disponíveis. A incidência da infecção perinatal via leite materno foi analisada em 3/45 (6,66%) RNs com amostras de urina disponíveis. Não foi possível associar a infecção perinatal com os sintomas clínicos e os fatores de risco para o desenvolvimento da doença devido a limitada incidência de casos da infecção perinatal.