Conexões em Acesso Aberto: Comunidade de Prática em redes regionais de repositórios do Brasil
Gestão do Conhecimento. Comunidades de Prática. Acesso Aberto. Redes Regionais de Repositórios.
As redes regionais de repositórios fazem parte da Rede Brasileira de Repositórios Institucionais de Publicações Científicas em Acesso Aberto (RIAA), criada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Pretendem, através da colaboração de práticas e experiências em suas regiões, ampliar as vias de Acesso Aberto no Brasil, a partir dos repositórios implantados e gerenciados pelas Instituições de Ensino Superior (IES) e institutos de pesquisa. Esta pesquisa buscou, com o olhar para a Gestão do Conhecimento, propor estratégias para fomentar a consolidação de Comunidades de Prática entre as redes de repositórios com o intuito de promover o compartilhamento de conhecimentos e boas práticas para o desenvolvimento de repositórios no Brasil. Como objetivos específicos a pesquisa buscou: 1) Caracterizar como se compartilha o conhecimento em redes de repositórios internacionais e brasileiras; 2) identificar pessoas, grupos e instituições passiveis de formar Comunidades de Prática com as redes regionais de repositórios do Brasil; 3) detectar as ações, práticas, serviços e produtos possíveis de compartilhamento e integração; 4) identificar forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para o cultivo da Comunidade de Prática entre redes regionais de repositórios no país; 5) Propor um modelo de fases e ações para embasar o cultivo da Comunidade de Prática nacional. A pesquisa se caracteriza por abordagens qualitativas. Desse modo, realizou-se pesquisa bibliográfica para conformação de referencial teórico, pesquisa documental em sítios web das redes de repositórios internacionais e brasileiras para identificar a existência de serviços e produtos, que permitam compartilhamento de conhecimento em Comunidades de Prática e um levantamento de dados por meio de entrevistas semiestruturadas a gestores das redes e a uma amostra de profissionais participantes. Foi realizada uma análise de conteúdo das entrevistas a partir de seis categorias definidas relacionadas fundamentalmente com as vias de compartilhamento de conhecimento dentro das redes e entre as redes. A partir destas análises foi elaborada uma matriz FOFA para identificar fortalezas, oportunidades, fraquezas e ameaças para o cultivo da Comunidade de Prática. O modelo de cinco fases de Wenger, Macdermott e Snyder (2002) para o cultivo de Comunidades de Prática foi utilizado para embasar a proposta. Entre os principais resultados identificou-se que a comunicação entre as redes e o IBICT eram realizadas de forma pontual e considerada insuficiente; que dentre as cinco redes, somente uma possuía estrutura de construção coletiva junto aos seus membros em todas as fases de elaboração de ações até a tomada de decisões; a necessidade de fomentar comunicação e trocas mais efetivas entre redes, para atender efetivamente a definição de rede como elo constituídos por pontos que se conectam; que mesmo sendo relatado incômodo sobre necessidade de maior aproximação por parte do IBICT, há o reconhecimento que o IBICT lida com as mesmas dificuldades que os profissionais em suas instituições, com cortes em investimentos e falta de contrato de pessoal. A pesquisa propõe um modelo de cinco fases (Preparar, Lançar, Expandir, Consolidar e Transformar) com recomendações que incluem diagnóstico das redes regionais de repositórios; plano de ação para o cultivo da Comunidade de Prática; realizar eventos para compartilhar as experiências; criação de uma plataforma web para compartilhamento de informações das redes regionais de repositório; padronização de documentos (regimentos, políticas etc.) entre outras. Se conclui que a as redes de conhecimento constituem uma das expressões relevantes da Gestão do conhecimento e que as comunidades de prática, como manifestação de redes de conhecimento, podem contribuir de maneira efetiva com a produção, conversão e transferência de conhecimentos e boas práticas úteis para o contexto aqui estudado das redes de repositórios brasileiros.