DESENVOLVIMENTO DA DECODIFICAÇÃO NEURAL PARA A FALA EM LACTENTES, CRIANÇAS E ADULTOS TÍPICOS E CRIANÇAS COM SÍFILIS CONGÊNITA
fala, audição, sífilis, eletrofisiologia, desenvolvimento infantil.
Introdução: O desenvolvimento infantil inclui diversas etapas e pode sofrer influência de algumas infecções, dentre elas, a sífilis congênita que é considerada um Indicador de risco para a deficiência auditiva. O Frequency Following Response (FFR) é um potencial evocado auditivo que avalia de forma não invasiva a decodificação neural da fala e pode ser usado ainda nas primeiras etapas do desenvolvimento infantil. Objetivos: Estudo 1: estudar as respostas do FFR com estímulo de fala no domínio da frequência e do tempo em lactentes, crianças e
adultos típicos em função da idade e orelha avaliada. Estudo 2: analisar o desenvolvimento da via auditiva utilizando o Frequency Following Response com estímulo de fala em bebês com sífilis congênita tratada ao longo dos dois primeiros anos de vida. Método: Estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa no 5.685.328. FFR realizado com o estímulo de fala /da/ sintetizado com frequência fundamental de 100 Hz, duração de 170 ms, velocidade de 3,70/s. Os primeiros 10 ms de onset, 47 ms da transição consoante-vogal e 113 ms de sustentação da vogal. Foram apresentadas quatro promediações de 1.000 sweeps, janela de análise de -40 a 270.27 ms em 80dBnNA na plataforma SmartEP. Artefatos abaixo de 10% e filtro passa-banda online de 30-3000 Hz. Foi aplicada análise descritiva e inferencial em ambos os estudos de acordo com a distribuição dos dados e variáveis adotando-se o nível de significância de 5%. Resultados: Estudo 1: 63 sujeitos, sendo 12 lactentes, 10 crianças e 41 adultos. A atividade pré-neural do RMS apresentou resultados melhores para os adultos em ambas as orelhas, já a amplitude espectral da frequência fundamental se mostrou maior na orelha direita nos bebês de até 60 dias. A amplitude espectral dos harmônicos da porção da consoante e da vogal tem influência do aumento da idade, já o neural lag é sugestivo de atingir a maturidade primeiro na orelha esquerda do que na orelha direita em todos os grupos. Estudo 2: amostra constituída por 84 bebês com sífilis congênita e 58 controles. Nos bebês de até 60 dias, a amplitude espectral dos harmônicos somente da porção da consoante foi maior no GSC do que o GC. No grupo SC foi evidenciado o aumento da amplitude espectral da Fo com o aumento da idade. O neuro lag no GSC apresentou diminuição do tempo com o aumento da idade havendo diferença significativa entre todas as faixas etárias. Conclusões: Estudo 1: A decodificação da fala é tem influência da idade que difere entre as orelhas ao longo do tempo no domínio do tempo e da frequência. Estudo 2: O processamento dos sons tende a apresentar melhores respostas com o aumento da idade tanto em crianças controles quanto em crianças com sífilis congênita tratada adequadamente.