CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE FORMULÁRIO PARA O REGISTRO DE ENFERMAGEM NA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA EM PACIENTE ONCOLÓGICO
Registros de enfermagem. Parada cardiorrespiratória em paciente Oncológico. Ressuscitação Cardiopulmonar.
Os registros de enfermagem devem ser objetivos, claros, concisos e seguir uma ordem cronológica, descrevendo a assistência prestada e as observações efetuadas, principalmente, quando se relacionam a um evento mais complexo, como a parada cardiorrespiratória. Este estudo objetiva construir e validar um formulário para o registro de enfermagem na parada cardiorrespiratória em paciente oncológico. Consiste em estudo metodológico com abordagem quantitativa do tipo validação, desenvolvido em três etapas. A primeira constou de uma revisão integrativa da literatura; a segunda tratou de estudo descritivo, com delineamento transversal e abordagem quantitativa, desenvolvido com 38 profissionais de enfermagem de uma unidade de oncologia; a última etapa buscou a validação do conteúdo e da aparência por um painel de juízes composto por 17 profissionais da saúde com experiência em oncologia. A análise dos dados ocorreu por estatística descritiva, apresentada em forma de quadros e tabelas, com a utilização do programa estatístico SPSS, versão 23.0. A análise dos dados referentes à etapa de validação tem por base o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) e o coeficiente de concordância de Kappa (k). Para início da pesquisa, houve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, sob o nº 19368919.0.1001.5537. Os estudos mostraram que os registros devem seguir uma ordem cronológica, sendo necessário conter os seguintes elementos: identificação do paciente; ritmo cardíaco; causa imediata da parada cardiorrespiratória e medicamentos utilizados, com horários e dosagens. Quanto à atuação dos profissionais de enfermagem, a pesquisa aponta que: algumas vezes ou sempre registravam as horas dos procedimentos realizados durante uma parada cardiorrespiratória (33,3%); algumas vezes ou sempre registravam o nome e a quantidade dos medicamentos administrados (37,0%), mas nunca registravam a categoria dos profissionais envolvidos na ressuscitação cardiopulmonar (37,0%) nem a causa da parada (44,5%); algumas vezes participaram da reanimação de pacientes que não tinham indicação (37,0%); sabem o significado de ordem de não reanimar (85,2%); algumas vezes o paciente (85,2%), seus familiares (63%) e a equipe de enfermagem (55,6%) estão cientes da paliação exclusiva; algumas vezes os enfermeiros sentem dificuldade de registrar todos os procedimentos que foram executados durante o evento (48,1%); e consideram extremamente importante a utilização de um formulário com dados objetivos para o registro desses procedimentos (59,3%). Segundo os profissionais, os itens que não podem faltar no formulário de registro de paciente com indicação de reanimar são: a hora do início e do término da parada (92,6%) e os medicamentos utilizados no evento (81,5%). Já os itens que não podem faltar quando o paciente não tem indicação de reanimar são: hora do óbito (59,3%) e paliação registrada em prontuário (55,6%). Quanto à concordância do conteúdo e da aparência do formulário, este estudo verifica que os juízes julgaram o formulário totalmente claro, abrangente, pertinente e que necessitava de pouca revisão, com IVC=1,0, Alfa de Cronbach = 0,82 e kappa global = 0,944. Após as revisões sugeridas pelos juízes, dos 30 itens avaliados, houve alteração em vinte, enquanto dez permaneceram inalterados, cinco foram excluídos e cinco foram acrescentados. Com essas modificações, obteve a versão final do formulário. A perspectiva é que o produto tecnológico decorrente deste estudo propicie o aumento da segurança do paciente, amplie o respaldo legal para tomada de condutas, aumente a credibilidade profissional. Além disso, deve melhorar a qualidade dos registros de enfermagem ao padronizá-los acerca do atendimento ao paciente em situação de parada cardiorrespiratória e cuidados paliativos, possibilitando, assim, a avaliação das condutas adotadas durante o evento de emergência.