De acordo com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) de 2020-2029 – e com as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia (Resolução No. 2 CNE/MEC, de 24 de abril de 2019), o perfil do egresso deverá estar pautado em consonância com a política de ensino de graduação, ou seja, em concepções pedagógicas, políticas e filosóficas que visam à oferta de uma formação qualificada, ética e cidadã.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para cursos de Engenharia estabelecem o seguinte perfil geral para os egressos dos cursos de Engenharia:
Art. 3o O perfil do egresso do curso de graduação em Engenharia deve compreender, entre outras, as seguintes características:
I - ter visão holística e humanista, ser crítico, reflexivo, criativo, cooperativo e ético e com forte formação técnica;
II - estar apto a pesquisar, desenvolver, adaptar e utilizar novas tecnologias, com atuação inovadora e empreendedora;
III - ser capaz de reconhecer as necessidades dos usuários, formular, analisar e resolver, de forma cri- ativa, os problemas de Engenharia;
IV - adotar perspectivas multidisciplinares e transdisciplinares em sua prática;
V - considerar os aspectos globais, políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e de segurança e saúde no trabalho; e
VI - atuar com isenção e comprometimento com a responsabilidade social e com o desenvolvimento sustentável.
Além desse perfil geral estabelecido pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, o Engenheiro de Telecomunicações formado pela UFRN deve possuir as seguintes características específicas:
O Bacharel em Engenharia de Telecomunicações, ou Engenheiro de Telecomunicações, é um profissional de formação generalista com atuação abrangente em diversas áreas da Engenharia de Telecomunicações, como materiais elétricos, eletrônicos e ópticos; sistemas de medição, controle elétrico, eletrônico e óptico; comunicação e telecomunicações com e sem fio; sistemas de energia elétrica e aterramento; aterramento e proteção contra descargas atmosféricas. Suas atividades envolvem o estudo, projeto, especificação, desenvolvimento, implementação, operação e manutenção de equipamentos, dispositivos, componentes, sistemas e redes de comunicação e telecomunicações com e sem fio, redes de comunicação, satélites e aspectos regulatórios relacionados. O profissional também pode atuar em provedores de serviços e em agências reguladoras, realizando atividades de verificação de conformidades com a legislação e a regulação vigentes.
O profissional da área de Telecomunicações realiza estudos na área de programação, desenvolvimento de software e sistemas de software. Possui conhecimento em técnicas digitais para mapeamento tecnológico, análise e teste de circuitos digitais. É responsável por planejar, projetar, instalar, operar e manter sistemas e instalações de telecomunicações, equipamentos, dispositivos e componentes. Trabalha com sistemas e equipamentos de comunicação interna, externa, móveis e satélites, redes de comunicação, cabeamento interno, externo e estruturado de rede lógica, sistemas radiantes, de radiodifusão, ópticos, radar, e sistemas de posicionamento e de navegação. Também orienta na obtenção de licenciamentos perante os órgãos regulatórios de Telecomunicações.
Na área de sistemas de medição eletrônica, possui amplo conhecimento em medição eletrônica, telemedição e instrumentos de medição. Está apto a coordenar e supervisionar equipes, realizar estudos de viabilidade técnico-econômica, executar e fiscalizar obras e serviços técnicos, efetuar vistorias, perícias e avaliações, emitindo laudos e pareceres. Seu papel é fundamental na concepção, implementação e gerenciamento de projetos de Telecomunicações e sistemas de medição eletrônica.
O Engenheiro de Telecomunicações formado pela UFRN deverá ser capaz de compreender o impacto das Telecomunicações e suas tecnologias, considerando aspectos sociais, políticos, éticos, humanísticos, legais e de propriedade intelectual, econômicos, ambientais e culturais. Ele deverá ser um profissional empreendedor, criativo, inovador e capaz de trabalhar de forma colaborativa e interdisciplinar, comprometido com a permanente atualização profissional, o aprimoramento de suas competências e a incorporação de novas tecnologias e tendências ao exercício profissional na área de Telecomunicações.
Em suas atividades, deve considerar a ética, segurança, legislação e impactos energéticos no meio ambiente, emitindo relatórios energéticos e de medição de radiação eletromagnética. O egresso deve ter sólida formação técnica, científica e profissional para utilizar e desenvolver novas tecnologias, atuando de forma crítica e criativa na resolução de problemas, considerando aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e de segurança, com visão ética e humanística, de acordo com a legislação vigente, visando atender às demandas da sociedade de maneira responsável e sustentável.
As competências e habilidades a serem desenvolvidas no discente do curso de Engenharia de Telecomunicações estão perfiladas com as Diretrizes Curriculares Nacionais para as Engenharias (DCN 02/2019), visando a formação de um Engenheiro de Telecomunicações com visão sistêmica, capaz de se adaptar às mudanças nos contextos sociais, econômicos e tecnológicos da sociedade. Além disso, o objetivo é que o egresso seja capaz de conduzir as mudanças desejadas, considerando e minimizando necessidades e explorando as potencialidades locais e regionais.
Neste sentido, o currículo do curso de Engenharia de Telecomunicações é estruturado com base em competências essenciais (CE) que o egresso deve ser capaz de desempenhar, como se segue:
CE1 - Formular e conceber soluções desejáveis de engenharia, analisando e compreendendo os usuários dessas soluções e seu contexto sendo (a) capaz de utilizar técnicas adequadas de observação, compreensão, registro e análise das necessidades dos usuários e de seus contextos sociais, culturais, legais, ambientais e econômicos; para (b) formular, de maneira ampla e sistêmica, questões de engenharia, considerando o usuário e seu contexto, concebendo soluções criativas, bem como o uso de técnicas adequadas;
CE2 - Analisar e compreender os fenômenos físicos e químicos por meio de modelos simbólicos, físicos e outros, verificados e validados por experimentação sendo capaz de (a) modelar os fenômenos, os sistemas físicos e químicos, utilizando as ferramentas matemáticas, estatísticas, computacionais e de simulação, entre outras; (b) prever os resultados dos sistemas por meio dos modelos; (c) conceber experimentos que gerem resultados reais para o comportamento dos fenômenos e sistemas em estudo e; (d) verificar e validar os modelos por meio de técnicas adequadas;
CE3 - Conceber, projetar e analisar sistemas, produtos, componentes ou processos sendo capaz de (a) conceber e projetar soluções criativas, desejáveis e viáveis, técnica e economicamente, nos contextos em que serão aplicadas; (b) projetar e determinar os parâmetros construtivos e operacionais para as soluções de Engenharia; (c) aplicar conceitos de gestão para planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de Engenharia;
CE4 - Implantar, supervisionar e controlar as soluções de Engenharia sendo capaz de (a) aplicar os conceitos de gestão para planejar, supervisionar, elaborar e coordenar a implantação das soluções de Engenharia; (b) estar apto a gerir, tanto a força de trabalho quanto os recursos físicos, no que diz respeito aos materiais e à informação; (c) desenvolver sensibilidade global nas organizações; (d) projetar e desenvolver novas estruturas empreendedoras e soluções inovadoras para os problemas; (e) realizar a avaliação crítico-reflexiva dos impactos das soluções de Engenharia nos contextos social, legal, econômico e ambiental;
CE5 - Comunicar-se eficazmente nas formas escrita, oral e gráfica sendo capaz de expressar-se adequadamente, seja na língua pátria ou em idioma diferente do Português, inclusive por meio do uso consistente das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICS), mantendo-se sempre atualizado em termos de métodos e tecnologias disponíveis;
CE6 - Trabalhar e liderar equipes multidisciplinares sendo capaz de (a) interagir com as diferentes culturas, mediante o trabalho em equipes presenciais ou a distância, de modo que facilite a construção coletiva; (b) atuar, de forma colaborativa, ética e profissional em equipes multidisciplinares, tanto localmente quanto em rede; (c) gerenciar projetos e liderar, de forma proativa e colaborativa, definindo as estratégias e construindo o consenso nos grupos; (d) reconhecer e conviver com as diferenças socioculturais nos mais diversos níveis em todos os contextos em que atua (globais/locais); (e) preparar-se para liderar empreendimentos em todos os seus aspectos de produção, de finanças, de pessoal e de mercado;
CE7 - Conhecer e aplicar com ética a legislação e os atos normativos no âmbito do exercício da profissão sendo capaz de (a) compreender a legislação, a ética e a responsabilidade profissional e avaliar os impactos das atividades de Engenharia na sociedade e no meio ambiente; (b) atuar sempre respeitando a legislação, e com ética em todas as atividades, zelando para que isto ocorra também no contexto em que estiver atuando; e
CE8 - Aprender de forma autônoma e lidar com situações e contextos complexos, atualizando-se em relação aos avanços da ciência, da tecnologia e aos desafios da inovação sendo capaz de (a) assumir atitude investigativa e autônoma, com vistas à aprendizagem contínua, à produção de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas tecnologias. (b) aprender a aprender.
Além das competências essenciais para as Engenharias que a DCN 02/2019 traz, as competências associadas ao ciclo básico (C), responsável pela formação do discente no Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Tecnologia são apresentadas a seguir:
No que se refere à formação de competências profissionalizantes, o egresso do curso de Engenharia de Telecomunicações deverá ser capaz de desempenhar as seguintes competências profissionais (CP):
CP1 - Conceber soluções em hardware, baseadas em circuitos analógicos, para problemas de sistemas de telecomunicações.
CP2 - Conhecer e medir as principais figuras de mérito utilizadas na caracterização de circuitos para comunicações.
CP3 - Prototipar soluções baseadas em Sistemas Digitais e Tecnologia Embarcada voltadas à sistemas de Telecomunicações.
CP4 - Compreender os processos físicos relacionados à propagação e fluxo de potência de ondas eletromagnéticas em meios guiados e avaliar qualitativa e quantitativamente estes fenômenos físicos.
CP5 - Analisar os principais mecanismos e efeitos de propagação de ondas eletromagnéticas em meios não guiados e conceitos fundamentais da teoria e da aplicação de sistemas radiantes.
CP6 - Desenvolver circuitos de micro-ondas com elementos ativos e passivos para aplicações em transceptores de sistemas de comunicações.
CP7 - Compreender conceitos fundamentais de sinais e sistemas de tempo discreto e contínuo, analisando e projetando sistemas lineares invariantes no tempo, incluindo técnicas de análise de sinais, projeto e implementação de filtros digitais aplicados a sistemas de telecomunicações.
CP8 - Planejar, propor, implementar e avaliar arquiteturas de sistemas de processamento de sinais digitais capazes de atender às especificações, envolvendo análise de limitações, fluxo de modificações e otimização de soluções baseadas em filtros digitais.
CP9 - Compreender, projetar, modificar e operar Sistemas e Redes de Telecomunicações.
CP10 - Compreender, projetar, modificar e operar Redes de Computadores.
CP11 - Compreender, projetar, modificar e operar Sistemas e Redes Convergentes.
CP12 - Compreender processos relacionados à regulação de serviços de telecomunicações e condutas anticompetitivas.
CP13 - Competência em planejamento e gestão de projetos, gestão de pessoas e formação de equipes, motivação e liderança.
CP14 - Desenvolver soluções inovadoras e atuar na resolução de problemas em sistemas de telecomunicações usando engenharia de software e/ ou ciência de dados.
CP15 - Criar soluções de suporte à tomada de decisão em sistemas de telecomunicações usando ciência de dados.
O detalhamento das competências e habilidades previstas para cada componente curricular está descrito no APÊNDICE II do PPC. Neste APÊNDICE, são apresentados os objetivos específicos de cada componente do curso de Engenharia de Telecomunicações, destacando as competências e habilidades que os estudantes deverão desenvolver ao longo do processo de aprendizagem. Essas informações são fundamentais para orientar o planejamento e a execução das atividades acadêmicas, garantindo que os alunos alcancem as competências necessárias para a sua formação profissional.
O Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Engenharia de Telecomunicações foi cuidadosamente elaborado, tendo como principal referência as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o Curso de Graduação em Engenharia, estabelecidas pelas Resolução nº 2, de 24 de abril de 2019, do Conselho Nacional de Educação (CNE/CES/MEC) e Resolução nº 1, de 26 de março de 2021, do Conselho Nacional de Educação (CNE/CES/MEC). Além disso, o PPC fundamentou-se em outras resoluções e normativas essenciais, a saber:
· Resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018, CNE/CES/MEC, que estabelece as diretrizes para a extensão na educação superior brasileira;
· Resolução nº 48, de 8 de setembro de 2020, CONSEPE/UFRN, que aprova a política de melhoria da qualidade dos cursos de graduação e de pós-graduação oferecidos pela UFRN;
· Resolução nº 006, de 26 de abril de 2022, CONSEPE/UFRN, que aprova o regulamento da extensão da UFRN;
· Resolução nº 16, de 4 de julho de 2023, CONSEPE/UFRN, que atualiza o Regulamenta os Cursos de Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Esses documentos norteadores foram rigorosamente observados durante a construção do PPC do curso de Engenharia de Telecomunicações (CETEL), garantindo seu alinhamento com as diretrizes nacionais e institucionais vigentes. Neste sentido, as inovações qualitativas que foram incluídas nas DCNs de 2019 para a área de Engenharia foram incorporados a este PPC, das quais:
· Currículo baseado em competências, relacionando os diversos componentes curriculares do curso com as competências definidas.
· Previsão, desde o início do curso, de atividades interdisciplinares de síntese dos conteúdos, de integração dos conhecimentos e de articulação de competências.
· Uso de metodologias para aprendizagem ativa.
· Sistemas de acolhimento e nivelamento, visando à diminuição da retenção e da evasão.
· Programa permanente de formação e desenvolvimento do corpo docente.
· Promoção frequente de fóruns com a participação de profissionais, empresas e outras organizações.
O curso de Engenharia de Telecomunicações (CETEL) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) tem natureza inteiramente presencial, com carga horária total de 3.704 horas. Componentes curriculares ofertados total ou parcialmente na modalidade de Ensino a Distância não estão presentes. Sua estrutura curricular inclui componentes Disciplina e Atividades Acadêmicas. O currículo foi projetado com o mínimo de pré-requisitos e/ou correquisitos possíveis, visando sua total flexibilização.
A abordagem metodológica adotada fundamenta-se em técnicas de ensino-aprendizagem ativas, voltadas para uma formação flexível, continuada, crítica e engajada com a comunidade e a realidade socioeconômica. Nesse formato inovador, o discente assume o protagonismo em seu próprio processo de construção do conhecimento, desempenhando um papel ativo na construção do conhecimento, munindo-o de habilidades e competências que possam promover transformações positivas nesse cenário. Contudo, embora seja o protagonista, o discente continuará recebendo orientação acadêmica e terá o Docente como facilitador do acesso ao conhecimento, sendo a academia a base principal para seu desenvolvimento e suporte.
O processo de ensino-aprendizagem será estruturado em 02 (dois) ciclos distintos. O primeiro, denominado Ciclo Básico, visa o desenvolvimento de competências basilares e gerais da Engenharia pelos discentes, por meio de um conjunto de componentes curriculares. O segundo, chamado Ciclo Profissional, focará no desenvolvimento de competências profissionais e específicas relacionadas à Engenharia de Telecomunicações, contando com outro conjunto de componentes curriculares.
As competências foram divididas em duas categorias: as competências do Ciclo Básico, que abrangem os conhecimentos essenciais do núcleo comum à formação em Engenharia, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais; e as competências para o Ciclo de Formação Específica e Profissional em Engenharia de Telecomunicações. O APÊNDICE II do PPC descreve minuciosamente as competências a serem desenvolvidas no Ciclo Básico e no Ciclo Profissional, destacando as habilidades, ações, atividades e diretrizes de avaliação associadas a cada uma delas.
Essa organização curricular em ciclos permitirá que o discente adquira inicialmente os conhecimentos básicos comuns a todas as Engenharias, para então aprofundar-se na formação profissional e específica do curso. Essa progressão gradual e coerente das competências a serem desenvolvidas é fundamental para a formação consistente e abrangente dos futuros profissionais da área de Telecomunicações.
O currículo do CETEL, apresenta uma base sólida em componentes curriculares de formação básica, como matemática, física, computação, expressão gráfica, ciência dos materiais e métodos numéricos, fundamentais para a Engenharia. A partir do 4º semestre, são introduzidos conteúdos de formação específica na área de Telecomunicações, como Eletromagnetismo, Sinais e Sistemas, Redes de Computadores e Análise e Síntese de Circuitos Elétricos, viabilizando o contato com conteúdos profissionalizantes desde o início da formação.
Ao longo dos semestres mais avançados, são explorados tópicos indispensáveis para a atuação do Engenheiro de Telecomunicações, como Comunicações Ópticas, Comunicações Sem Fio, Comunicações Móveis e Digitais, Propagação, Antenas, Sistemas de Telecomunicações, Processamento Digital de Sinais e Regulação das Telecomunicações, entre outros.
Embora a estrutura curricular possa parecer rígida inicialmente, será adotada uma abordagem dinâmica e flexível, permitindo aos alunos construírem seus próprios caminhos de aprendizagem dentro dos seguintes eixos do curso:
· EIXO I – ELETRICIDADE E ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL;
· EIXO II – ELETROMAGNETISMO, ANTENAS E PROPAGAÇÃO;
· EIXO III – PROCESSAMENTO DE SINAIS E IMAGENS;
· EIXO IV – SISTEMAS E REDES DE COMUNICAÇÃO CONVERGENTES;
· EIXO V – LEGISLAÇÃO, REGULAÇÃO E EMPREENDEDORISMO; e
· EIXO VI – ENGENHARIA DE SOFTWARE E CIÊNCIA DE DADOS.
Esses Eixos são definidos de acordo com as perspectivas de atuação profissional dos egressos, considerando o contexto atual do mercado de trabalho. Todos os estudantes cursarão os componentes curriculares obrigatórios comuns a cada Eixo. Adicionalmente, terão a oportunidade de se especializar seguindo os componentes curriculares optativos oferecidos. Essa flexibilidade na escolha dos optativos, aliada a uma base sólida de componentes obrigatórios compartilhados por todos, visa proporcionar uma formação consistente e, ao mesmo tempo, personalizada de acordo com os interesses e aspirações profissionais individuais de cada aluno.
Ao integralizar os componentes curriculares básicos e obrigatórios, o discente assumirá o protagonismo em sua formação, se especializando no eixo de seu interesse por meio da ampla oferta de componentes optativos. Essa flexibilidade curricular visa reduzir os índices de retenção e a evasão, além de permitir a personalização da grade semestral de acordo com a realidade individual de cada estudante.
Durante todo o processo de formação, as atividades serão cuidadosamente planejadas para desenvolver as habilidades e competências alinhadas ao perfil profissional desejado pelos egressos. A estrutura curricular foi organizada de forma a não comprometer a lógica formativa, mesmo que o discente opte por cursar certos componentes em períodos posteriores. Os períodos foram dispostos estrategicamente para promover melhor integração entre os conhecimentos básicos comuns, facilitando a inter e transdisciplinaridade.
As fichas de caracterização detalhadas dos componentes curriculares obrigatórios e optativos podem ser consultadas no APÊNDICE I do PPC. Nessas fichas, encontram-se informações como a carga horária, a ementa e a bibliografia recomendada de cada um dos componentes. Essas fichas fornecem aos estudantes um panorama completo das opções disponíveis, auxiliando-os na escolha dos componentes optativos que melhor se adequam aos seus interesses e trajetória acadêmica.
Apesar da autonomia na construção da trilha de aprendizagem, todos os estudantes terão um orientador acadêmico, docente do curso, que os auxiliará a tomar as melhores decisões para sua formação. Juntos, discutirão componentes semestrais, atividades complementares e participação em projetos, tornando o orientador fundamental nesse processo. Essa abordagem inovadora, que combina a flexibilidade na construção da trilha de aprendizagem com o acompanhamento personalizado, baseado em competências, visa proporcionar uma formação mais engajada, contextualizada e alinhada com as necessidades e interesses individuais dos estudantes, sem comprometer a qualidade e os requisitos essenciais da formação.
Os componentes optativos, somados ao estágio curricular obrigatório e às atividades complementares, complementam a formação integral do egresso, agregando experiências multidisciplinares relevantes para o exercício profissional em Engenharia de Telecomunicações. Dentro da carga horária total, o currículo prevê 390horas (10,56%) de carga horária optativa mínima, estando de acordo ao mínimo exigido pela UFRN (10%). Não há limite máximo quanto à carga horária de componentes optativos que o aluno pode cursar. Os componentes optativos são oferecidos após consulta prévia aos alunos, visando disponibilizar os de maior interesse e necessidade.
O currículo prevê ainda 186 horas (5,0%) de Atividades Complementares, como extensão, monitoria, iniciação científica, entre outras definidas pelo colegiado do curso em Resolução pertinente. Essas atividades proporcionam formação interdisciplinar e vivências no meio social, fortalecendo a relação do estudante com o mundo e o mercado de trabalho.
Neste contexto, os componentes de PROJETO INTEGRADOR (I, II e III) têm como objetivo oportunizar ao aluno a integração dos conhecimentos técnicos por meio de um projeto prático em Telecomunicações, desenvolvido em equipe. Esse projeto visa exercitar competências como resolução de problemas, empreendedorismo, uso de tecnologias e trabalho multidisciplinar, viabilizando a aplicação prática dos conceitos teóricos em um contexto profissional. A apresentação e avaliação dos resultados são etapas importantes desse processo de aprendizagem proativa e integrada.
O PPC do CETEL também garante a curricularização de, no mínimo, 10% da carga horária total do curso para atividades de extensão. Essa inserção curricular da extensão é realizada por meio de componentes curriculares específicos. Dessa forma, a extensão é integrada de maneira orgânica ao currículo, proporcionando aos estudantes a oportunidade de vivenciar experiências práticas, estabelecer diálogo com a comunidade e desenvolver uma formação completa, aliando teoria e prática.
Portanto, a proposta metodológica e o desenho curricular conduzem adequadamente à formação do perfil desejado do egresso em Engenharia de Telecomunicações, com equilíbrio entre conteúdos teóricos e práticos essenciais para uma sólida formação profissional na área de Telecomunicações.
O curso oferece amplas oportunidades para aplicação prática dos conhecimentos adquiridos, enfatizando a articulação entre teoria e vivência profissional. Além de aulas práticas em laboratórios especializados, os alunos podem se envolver em projetos de pesquisa, visitas técnicas, atividades de monitoria e projetos de extensão, colocando em prática os conceitos estudados. O contato direto com o universo profissional é fortemente incentivado e pode ocorrer por meio de diferentes vias:
1. Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório: realizados em empresas/instituições da área, proporcionando experiência prática relevante e imersão no ambiente de trabalho.
2. Estágio Não-Obrigatório: oportunidade adicional para ampliar as vivências e conhecimentos no mercado de trabalho.
3. Participação em Empresas Juniores: desenvolvendo atividades práticas e projetos reais na área de Telecomunicações.
4. Eventos de Integração com o Setor Produtivo: encontros que possibilitam estabelecer contatos profissionais, trocar conhecimentos e experiências com profissionais atuantes.
Essas diversas vivências aproximam o estudante do ambiente profissional desde o início da formação, permitindo a aplicação prática dos conceitos teóricos em situações reais e o desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais valorizadas no mercado de Telecomunicações.
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
A avaliação do processo de ensino-aprendizagem no curso de Engenharia de Telecomunicações segue as diretrizes estabelecidas pela Resolução Nº 016/2023-CONSEPE, que aprova o Regulamento dos Cursos Regulares de Graduação da UFRN. Essa avaliação tem como referência o perfil do egresso, os objetivos do curso e as competências profissionais necessárias para a formação do Bacharel em Engenharia de Telecomunicações, sendo complementada pelas seguintes ações:
· Reuniões semestrais do Coordenador e Vice Coordenador com os discentes, a fim de identificar pontos positivos e negativos no processo de ensino-aprendizagem empregado pelos docentes. Nessas reuniões, podem ser utilizados questionários preenchidos pelos alunos e professores dos componentes curriculares.
· Análise dos resultados das avaliações docentes realizadas pela UFRN, visando identificar problemas e propor soluções.
O processo avaliativo busca proporcionar um ambiente de reflexão sobre os conhecimentos estudados, as necessidades e fragilidades do curso para discentes e docentes. É essencial que os instrumentos avaliativos sejam diversificados e adequados às etapas e atividades desenvolvidas, distinguindo o desempenho em atividades de ensino, pesquisa e extensão, tanto teóricas quanto práticas.
A avaliação visa aprimorar continuamente o processo de ensino-aprendizagem, alinhando-o ao perfil desejado do egresso e às competências profissionais exigidas para o Bacharel em Engenharia de Telecomunicações. Esse acompanhamento sistemático possibilita ajustes e melhorias constantes no curso.
A avaliação do processo de ensino-aprendizagem no CETEL é caracterizada por uma abordagem dinâmica, contínua e multifacetada. Os docentes trabalham em conjunto para planejar conteúdos e estratégias avaliativas de forma colaborativa e multidisciplinar, visando identificar não apenas as capacidades dos estudantes, mas também áreas que demandam atenção e aperfeiçoamento.
São empregados métodos ativos e diversificados, como seminários, debates, produções textuais, práticas laboratoriais, projetos e relatórios. Essa variedade visa envolver ativamente os discentes, proporcionando uma compreensão profunda e aplicável dos tópicos. As avaliações buscam verificar não só o nível de conhecimento, mas também a habilidade de o aplicar de maneira crítica e criativa.
Metodologias ativas como estudos de caso, discussões em grupo, debates e simulações são amplamente utilizadas, incentivando a participação ativa dos alunos na construção do conhecimento. As aulas práticas em laboratórios desempenham papel fundamental na consolidação dos conteúdos teóricos em ambientes realistas e controlados.
O uso estratégico de tecnologias educacionais, como plataformas online, simulações e recursos multimídia, complementa as aulas presenciais, fornecendo materiais interativos e promovendo a colaboração e o trabalho em equipe.
O feedback contínuo é parte essencial, com orientações individualizadas sobre desempenho em avaliações e projetos, estimulando a autoavaliação e o aperfeiçoamento constante dos estudantes.
Cada componente curricular é dividido em unidades durante o semestre, com pelo menos uma avaliação individual, presencial e escrita, fornecendo informações detalhadas sobre o progresso do aluno e permitindo feedback construtivo dos professores.
Para promover a flexibilização do processo avaliativo, considerando as especificidades socioeconômicas, físicas, cognitivas, sensoriais e mentais dos discentes, bem como suas necessidades específicas, são adotadas estratégias como:
· Adaptação dos instrumentos e métodos avaliativos às necessidades individuais, como provas em formatos acessíveis, tempos diferenciados, auxílios tecnológicos etc.
· Acompanhamento individualizado dos estudantes com dificuldades específicas pelos docentes e equipes multidisciplinares de apoio.
· Oferta de atendimento especializado, por meio de profissionais como psicólogos, pedagogos e intérpretes, durante as avaliações.
· Implementação de ações de nivelamento e reforço para discentes com defasagem de aprendizagem.
Essa abordagem avaliativa flexível e inclusiva está alinhada às diretrizes da Resolução nº 016/2023 do CONSEPE/UFRN, promovendo a aprendizagem ativa, equitativa e a capacidade de aplicação efetiva dos conhecimentos em contextos reais, preparando os discentes para os desafios da Engenharia de Telecomunicações de forma abrangente, justa e bem-sucedida.
AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO
A avaliação dos cursos de graduação tem como objetivo principal identificar as condições de ensino oferecidas aos estudantes, com ênfase especial nas dimensões relativas ao perfil do corpo docente, às instalações físicas e à organização didático-pedagógica, conforme determina a Lei nº 10.861/2004, que institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES).
Já a avaliação específica do Projeto Pedagógico do Curso tem o propósito de mapear criteriosamente os pontos fortes e as fragilidades presentes na condução e na estrutura atual do curso. Esse processo avaliativo deve estar plenamente alinhado às diretrizes do SINAES, sistema que contempla a realização de avaliações institucionais (internas e externas), a avaliação periódica dos cursos de graduação e a avaliação do desempenho acadêmico dos estudantes.
O Núcleo Docente Estruturante (NDE) do curso de Engenharia de Telecomunicações possui a incumbência de elaborar a metodologia, definir as estratégias e construir os instrumentos que serão utilizados para a avaliação sistemática do curso e de seu projeto pedagógico. Cabe ao NDE analisar detalhadamente os resultados obtidos nos diversos processos avaliativos e, com base nessa análise crítica, propor ajustes e aprimoramentos visando a contínua elevação dos padrões de qualidade do curso.
Anualmente, é realizada a Semana de Avaliação e Planejamento (SAP), um evento que possui ampla participação de representantes dos diversos segmentos da comunidade acadêmica. Durante a SAP, ocorre um extenso processo de discussão acerca dos resultados dos processos avaliativos realizados, sendo identificadas as fragilidades e fortalezas do curso, o que subsidia a definição de estratégias e ações de melhoria a serem implementadas.
A cada ciclo avaliativo trienal do SINAES, é elaborado o Plano de Ação Trienal dos Cursos de Graduação (PATCG) do CETEL. Esse planejamento visa nortear as ações de aprimoramento que serão desenvolvidas ao longo dos próximos 3 anos, servindo de referencial para avaliar e ajustar tanto o projeto pedagógico em si quanto a infraestrutura física e de recursos humanos disponibilizada para o adequado funcionamento do curso.
Em todas as etapas e processos avaliativos, haverá plena cooperação e atuação integrada entre a Coordenação do CETEL, a Comissão Própria de Avaliação (CPA) da UFRN e a Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), por intermédio de sua Diretoria de Desenvolvimento Pedagógico (DDPed). Essa articulação visa assegurar que os processos avaliativos transcorram de forma consistente, eficaz e alinhada aos referenciais de qualidade institucionais e nacionais.
Periodicamente, o colegiado do curso e o NDE realizarão uma profunda análise das dificuldades enfrentadas no dia a dia do CETEL, mapeando aspectos como necessidades de melhorias na infraestrutura física e nos recursos tecnológicos, suficiência dos recursos humanos, problemas na gestão acadêmico-administrativa, adequação das metodologias de ensino adotadas, demandas por capacitação docente e técnica, entre outros aspectos relevantes. Com base nesse extenso diagnóstico, serão propostas soluções e ações de aprimoramento em prol da excelência na formação profissional dos discentes.
A avaliação da atuação docente também é parte fundamental do escopo avaliativo do curso. Seguindo as normativas institucionais da UFRN, esse processo avaliativo visa essencialmente promover a contínua melhoria da qualidade acadêmica. A metodologia aplicada propicia o levantamento sistemático de informações junto aos discentes e aos próprios docentes sobre aspectos como a atuação didático-pedagógica, a postura profissional, a condução das turmas e dos componentes curriculares, bem como a percepção sobre a infraestrutura institucional disponibilizada.
Por fim, cabe destacar que o CETEL participa ativamente dos processos de avaliação interna institucional conduzidos pela UFRN. Seguindo os preceitos de comparabilidade, respeito às normas vigentes e continuidade ao longo da execução do projeto pedagógico, esse processo de autoavaliação adota metodologias consolidadas que permitem o amplo conhecimento da realidade.
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