O egresso do curso de Engenharia Civil da UFRN deverá ter uma formação técnico-científica e profissional que o capacite a absorver e desenvolver novas tecnologias para o exercício de sua prática profissional. Deve ser estimulado para ter um desempenho ético, crítico e criativo, na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade.
Com formação generalista o engenheiro civil deve ser capacitado para atuar nas áreas de Estruturas; Geotecnia e Transportes; Materiais e Processos Construtivos; Recursos Hídricos e Saneamento. Deve ser dotado de capacidade empreendedora para concepção de projetos e soluções técnicas adequadas, duráveis e seguras, buscando sempre soluções otimizadas quanto a custos e proteção do meio ambiente. Além da necessidade de permanente capacitação, considerando que o seu exercício profissional está relacionado com o desenvolvimento tecnológico, e, portanto, exige o conhecimento de novos materiais, novos procedimentos técnicos e atualização quanto à legislação inerente a profissão.
Em acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais Curriculares para os cursos de Graduação em Engenharia (Resolução nº 02, de 24 de abril de 2019), o egresso do curso de Graduação em Engenharia deve ter visão holística e humanista, ser crítico, reflexivo, criativo, cooperativo e ético e com forte formação técnica, devendo ainda estar apto a pesquisar, desenvolver, adaptar e utilizar novas tecnologias, com atuação inovadora e empreendedora. É necessário também que o egresso seja capaz de reconhecer as necessidades dos usuários, formular, analisar e resolver, de forma criativa, os problemas de Engenharia e adotar perspectivas multidisciplinares e transdisciplinares em sua prática, considerando os aspectos globais, políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e de segurança e saúde no trabalho.
Em acordo com a Resolução nº 02, de 24 de abril de 2019, os cursos de graduação em Engenharia devem contemplar as seguintes competências gerais:
“I - formular e conceber soluções desejáveis de engenharia, analisando e compreendendo os usuários dessas soluções e seu contexto:
a) ser capaz de utilizar técnicas adequadas de observação, compreensão, registro e análise das necessidades dos usuários e de seus contextos sociais, culturais, legais, ambientais e econômicos;
b) formular, de maneira ampla e sistêmica, questões de engenharia, considerando o usuário e seu contexto, concebendo soluções criativas, bem como o uso de técnicas adequadas;
II - analisar e compreender os fenômenos físicos e químicos por meio de modelos simbólicos, físicos e outros, verificados e validados por experimentação:
a) ser capaz de modelar os fenômenos, os sistemas físicos e químicos, utilizando as ferramentas matemáticas, estatísticas, computacionais e de simulação, entre outras.
b) prever os resultados dos sistemas por meio dos modelos;
c) conceber experimentos que gerem resultados reais para o comportamento dos fenômenos e sistemas em estudo;
d) verificar e validar os modelos por meio de técnicas adequadas;
III - conceber, projetar e analisar sistemas, produtos (bens e serviços), componentes ou processos:
a) ser capaz de conceber e projetar soluções criativas, desejáveis e viáveis, técnica e economicamente, nos contextos em que serão aplicadas;
b) projetar e determinar os parâmetros construtivos e operacionais para as soluções de Engenharia;
c) aplicar conceitos de gestão para planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de Engenharia;
IV - implantar, supervisionar e controlar as soluções de Engenharia:
a) ser capaz de aplicar os conceitos de gestão para planejar, supervisionar, elaborar e coordenar a implantação das soluções de Engenharia.
b) estar apto a gerir, tanto a força de trabalho quanto os recursos físicos, no que diz respeito aos materiais e à informação;
c) desenvolver sensibilidade global nas organizações;
d) projetar e desenvolver novas estruturas empreendedoras e soluções inovadoras para os problemas;
e) realizar a avaliação crítico-reflexiva dos impactos das soluções de Engenharia nos contextos social, legal, econômico e ambiental;
V - comunicar-se eficazmente nas formas escrita, oral e gráfica:
a) ser capaz de expressar-se adequadamente, seja na língua pátria ou em idioma diferente do Português, inclusive por meio do uso consistente das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), mantendo-se sempre atualizado em termos de métodos e tecnologias disponíveis com o desenvolvimento sustentável.
VI - trabalhar e liderar equipes multidisciplinares:
a) ser capaz de interagir com as diferentes culturas, mediante o trabalho em equipes presenciais ou a distância, de modo que facilite a construção coletiva;
b) atuar, de forma colaborativa, ética e profissional em equipes multidisciplinares, tanto localmente quanto em rede;
c) gerenciar projetos e liderar, de forma proativa e colaborativa, definindo as estratégias e construindo o consenso nos grupos;
d) reconhecer e conviver com as diferenças socioculturais nos mais diversos níveis em todos os contextos em que atua (globais/locais);
e) preparar-se para liderar empreendimentos em todos os seus aspectos de produção, de finanças, de pessoal e de mercado.
VII - conhecer e aplicar com ética a legislação e os atos normativos no âmbito do exercício da profissão:
a) ser capaz de compreender a legislação, a ética e a responsabilidade profissional e avaliar os impactos das atividades de Engenharia na sociedade e no meio ambiente.
b) atuar sempre respeitando a legislação, e com ética em todas as atividades, zelando para que isto ocorra também no contexto em que estiver atuando; e
VIII - aprender de forma autônoma e lidar com situações e contextos complexos, atualizando-se em relação aos avanços da ciência, da tecnologia e aos desafios da inovação:
a) ser capaz de assumir atitude investigativa e autônoma, com vistas à aprendizagem contínua, à produção de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas tecnologias.
b) aprender a aprender.”
No sentido de atender às competências exigidas nas diretrizes curriculares e especificar algumas inerentes ao curso de Engenharia Civil, as competências foram divididas em dois grandes grupos, a saber:
CB1 - Desenvolver habilidades nas ciências puras, em especial na matemática, física e química;
CB2 - Desenvolver habilidades nas ciências computacionais, de modo a ser capaz de modelar computacionalmente problemas de Engenharia Civil de média e alta complexidade;
CB3 - Desenvolver habilidades nas ciências estatísticas, utilizando tal ciência para desenvolver métodos de estudo e solução de problemas de Engenharia Civil;
CB4 - Compreender e identificar modelos físicos e matemáticos que possam ser utilizados na modelagem dos objetos de estudo da Engenharia Civil;
CB5 - Compreender e identificar modelos químicos que possam ser utilizados na modelagem dos objetos de estudo da Engenharia Civil, tais como características, comportamento e durabilidade de materiais, comportamento e poluição do solo e composição e poluição das águas;
CB6 - Compreender e identificar modelos estatísticos que possam ser utilizados na modelagem dos objetos de estudo da Engenharia Civil.
As competências do Ciclo profissional se encontram subdivididas entre competências do eixo geral e competências do eixo específico:
* Competências do Eixo Geral:
CP1 - Formular e conceber soluções desejáveis de engenharia, analisando e compreendendo os usuários dessas soluções e seu contexto social, político e ambiental;
CP2 - Analisar e compreender os fenômenos físicos e químicos por meio de modelos simbólicos, físicos e outros, verificados e validados por experimentação;
CP3 - Conceber, projetar e analisar sistemas, produtos (bens e serviços), componentes ou processos;
CP4 - Implantar, supervisionar e controlar as soluções de engenharia;
CP5 - Comunicar-se eficazmente nas formas oral, escrita e gráfica;
CP6 - Trabalhar e liderar equipes multidisciplinares;
CP7 - Conhecer e aplicar com ética a legislação e os atos normativos no âmbito do exercício da profissão;
CP8 - Aprender de forma autônoma e lidar com situações e contextos complexos, atualizando-se em relação aos avanços da ciência, da tecnologia e aos desafios da inovação.
* Competências do Eixo Específico:
CP9 - Conceber modelos físicos/matemáticos que representem as edificações, obras de arte, sistemas urbanísticos, viários, de abastecimento de água, de esgotamento sanitário e instalações prediais;
CP10 - Conceber modelos físicos e matemáticos que representem o solo e a água ou no qual os sistemas descritos na competência específica CP9 se encontrem assentados;
CP11 - Desenvolver o raciocínio espacial de modo a ler, interpretar e visualizar os modelos físicos/matemáticos utilizados;
CP12 - Determinar as ações que solicitam cada um dos sistemas modelados, de forma a estudar os efeitos a serem absorvidos pelas construções projetadas;
CP13 - Analisar, em acordo com fatores ambientais, econômicos e relativos à segurança e à durabilidade, os materiais e métodos mais adequados para os sistemas modelados;
CP14 - Avaliar as demandas sociais, relativas aos sistemas habitacionais, viários, de abastecimento de água, de esgotamento sanitário, urbanístico e de transporte, de modo a atender às necessidades da população;
CP15 - Projetar, planejar, realizar o orçamento e gerenciar a execução de obras, levando em conta aspectos ambientais, econômicos, de qualidade e de segurança do trabalho;
CP16 - Dimensionar e detalhar os diversos aspectos das construções em relação a projetos estruturais, viários, urbanísticos, de transporte, de abastecimento de água, de esgotamento sanitário e de instalações prediais.
As competências aqui descritas, encontram-se detalhadas nos Quadros 22 e 23 do Apêndice II do PPC. Nos referidos quadros, encontram-se descritas também as habilidades, componentes curriculares associados, atividades acadêmicas e diretrizes de avaliação de cada uma das competências aqui mencionadas.
A criação da nova estrutura curricular foi toda pensada de modo a atender às diretrizes curriculares dos cursos de Engenharia, além de tentar suprir algumas fragilidades da estrutura curricular atual.
Como citado anteriormente, os discentes foram ouvidos e foi, inclusive, criada uma Comissão de 03 discentes (além da representante dos discentes no colegiado) para participarem das discussões iniciais sobre a reestruturação do curso.
Para os discentes e docentes uma questão era de suma importância: a estrutura antiga não previa projetos como componentes obrigatórios, mas como um grupo de componentes optativos em que o discente poderia optar somente por um tipo de projeto em uma área específica. Cabe ressaltar aqui a importância destes componentes para articular a conceituação teórica com a prática de elaboração de projetos.
Inicialmente, foram implementados à estrutura três projetos integradores, que integram componentes de diferentes níveis, com o objetivo de levar os discentes a um pensamento e amadurecimento contínuo de suas habilidades ao longo do curso.
O primeiro projeto integrará estruturas dos seis primeiros níveis do curso, em tal projeto será analisada uma edificação de forma mais geral, na qual as soluções em engenharia serão apresentadas pelos discentes. O segundo projeto tratará da parte de infraestrutura ligada a esta edificação e, por fim, o terceiro projeto desenvolverá o projeto estrutural envolvido.
A implementação destes projetos, nos quais os discentes irão trabalhar em grupos, será de extrema importância para desenvolver a capacidade de trabalhar em equipe, bem como a compatibilização dos projetos em uma edificação. Os projetos integradores têm como principal objetivo a articulação da teoria com a prática. Cada um dos três projetos integradores está relacionado com um grupo de componentes de caráter teórico e ou teórico-prático. Os projetos integram os conhecimentos interdisciplinares, de modo a conferir aos egressos do curso as competências e habilidades para desenvolver os projetos inerentes de edificações e infraestrutura do engenheiro civil. Os quadros 04, 05 e 06 listam os componentes que integram cada um dos projetos integradores.
Quadro 04 – Componentes integrados ao Projeto Integrador I
Projeto Integrador I - Edifício |
|
Componente Integrado |
Nível do Componente Integrado |
CIV0401 – Introdução à Engenharia Civil |
1º |
CIV0502 – Representação Gráfica para Engenharia Civil I |
1º |
CIV0442 – Metodologia Científica e Tecnológica |
1º |
CIV0503 – Materiais de Construção I |
2º |
CIV0504 – Representação Gráfica para Engenharia Civil II |
2º |
CIV0063 – Geomática |
2º |
CIV0507 – Materiais de Construção II |
3º |
CIV0529 – Segurança do Trabalho |
3º |
CIV0508 – Planejamento Urbano e Ambiental |
3º |
CIV0410 – Construção Civil I |
4º |
CIV0506 – Geologia para Engenharia I |
4º |
CIV0534 – Instalações Elétricas |
4º |
CIV0416 – Construção Civil II |
5º |
CIV0435 – Instalações Hidrossanitárias |
5º |
CIV0423 – Gestão da Construção |
6º |
CIV0513 – Projeto de Instalações Prediais |
6º |
Quadro 05 – Componentes integrados ao Projeto Integrador II
Projeto Integrador II – Infraestrutura Urbana |
|
Componente Integrado |
Nível do Componente Integrado |
CIV0420 – Mecânica dos Solos II |
6º |
CIV1104 – Hidrologia |
6º |
CIV0433 – Política e Planejamento de Transportes |
7º |
CIV0425 – Estradas |
7º |
CIV0432 – Obras de Terra |
7º |
CIV0431 – Saneamento Ambiental |
7º |
CIV0540 – Engenharia de Transportes Urbanos |
8º |
CIV0437 – Estruturas de Contenção |
8º |
CIV0497 – Sistemas Urbanos de Água e Esgoto |
8º |
Quadro 06 – Componentes integrados ao Projeto Integrador III
Projeto Integrador III – Estruturas |
|
Componente Integrado |
Nível do Componente Integrado |
CIV0427 – Fundações |
7º |
CIV0421 – Estruturas de Concreto Armado I |
7º |
CIV0428 – Estruturas de Concreto Armado II |
8º |
CIV0436 – Estruturas Metálicas |
8º |
CIV0438 – Estruturas de Concreto Armado III |
9º |
Em cada um dos componentes integrados os estudantes realização etapas para o desenvolvimento global do projeto integrador. Tal integração está prevista nos componentes integrados. No componente de Projeto Integrador, os estudantes farão o fechamento dos projetos, realizando qualquer adaptação necessária. Os projetos serão desenvolvidos em grupo de 04 a 05 estudantes, de modo a incentivar o trabalho em equipe. Tal implementação garante a interdisciplinaridade, que traz muitos benefícios ao desenvolvimento das habilidades e competências dos discentes. Alguns componentes foram também reformulados para conter carga horária de aula prática, quando couber.
Além da implementação dos projetos, os componentes foram reformulados de forma a permitir estudos mais atuais e formas de avaliação mais construtivas.
Foi também criada uma disciplina obrigatória específica de projeto de instalações prediais.
Foi implementada de forma mais explicita a questão das relações interraciais e de direitos humanos, através da colaboração e acolhimento de nossa demanda por parte do departamento de antropologia, que corroborou com nossa ideia de oferecer o componente DAN0024 como componente obrigatório.
O componente de estágio curricular obrigatório é também de suma importância para a articulação entre teoria e prática no Curso de Engenharia Civil.
Em relação aos componentes de caráter extensionista, no projeto pedagógico proposto, foi criado três grupos de componentes optativos com carga horária extensionista, implementando de forma real a ideia da extensão na estrutura a ser iniciada.
A estrutura curricular é composta por componentes de formação básica, de formação profissional e de formação específica. O grupo dos componentes de formação básica é composto tanto por componentes com conteúdos de ciência pura, comuns a todos os cursos de Engenharia, tais como física, química, matemática e informática, como por componentes já voltados ao Curso de Engenharia Civil, que abrangem conteúdos de fundamentação teórica aplicada a situações da Engenharia Civil. Os componentes com conteúdos de ciência pura, objetivam o desenvolvimento das competências e habilidades básicas, enquanto os componentes de formação básica já aplicados ao Curso de Engenharia Civil, compreendem competências e habilidades tanto do ciclo básico, como do ciclo específico, uma vez que tratam da aplicabilidade de conteúdos básicos a competências de engenheiros civis.
Os componentes de formação profissional tratam de atividades desenvolvidas pelos engenheiros civis em seu dia a dia, tais como elaboração de projetos de edificações e infraestruturas, planejamento de execução de obras e noções de segurança do trabalho e, também, relativas à utilização das construções. Esses componentes compõem a formação generalista do engenheiro civil. A estes componentes estão associadas tanto as competências do eixo mais geral, que aqui identificamos como as comuns aos cursos de Engenharia, quanto às competências específicas do Curso de Engenharia Civil, do chamado eixo específico.
Os componentes específicos, tratam do aprofundamento dos discentes em certas áreas da engenharia civil e são compostos pelos grupos de optativas específicas e de projeto, listadas no presente documento. Analogamente aos componentes do eixo profissional, tanto as competências do eixo mais geral, quanto as competências específicas do Curso de Engenharia Civil, são aprofundadas nesta fase do curso.
A possibilidade de flexibilização em cursos de ciências exatas não é tão facilmente aplicada, por existirem realmente habilidades e conteúdos essenciais para o aprendizado de componentes subsequentes. Mesmo com a natureza desta ciência exija muita cautela na realização de flexibilização, os docentes do departamento de Engenharia Civil e Ambiental repensaram todos os requisitos dos componentes do curso e foi possível realizar alguma flexibilização na nova estrutura curricular proposta.
Houve uma flexibilização de diversos componentes, em que foram repensadas as expressões de requisitos, que em diversos casos foram modificados ou flexibilizados (pré-requisitos passaram a ser correquisitos), conforme quadro a seguir:
Quadro 07 – Flexibilização de componentes já existentes
Componente |
Requisitos Atuais |
Requisitos Novos |
||
Pré-requisito |
Correquisito |
Pré-requisito |
Correquisito |
|
CIV0481 |
CIV0420 E CIV0424 |
|
CIV0420 |
|
CIV0424 |
((CIV0419 ) OU (CIV0376)) OU (ECO0311) E ((EST0323) OU (EST0312)) OU (CIV0419 E EST0312) OU (CIV0376 E EST0323) OU (CIV0376 E EST0312) OU (ECO0311 E EST0323) OU (ECO0311 E EST0312) |
|
EST0323 OU EST0167 |
|
CIV0529 |
(CIV0416) OU (CIV0329)* |
|
|
CIV0507 |
CIV0432 |
(CIV0420 E CIV0425) OU (CIV0320 E CIV0330) OU (CIV0320 E CIV0425) OU (CIV0420 E CIV0330) |
|
CIV0420 |
CIV0425 |
CIV0435 |
((CIV0431) OU (CIV0331) OU (CIV1303)) E ((CIV1302) OU (CIV0417))* |
|
CIV0496 |
|
CIV0442 |
|
CIV0492 |
|
|
CIV0496 |
(CIV0408 ) E ( FIS0311 OU FIS0801 ) ) OU ( ( CIV0308 ) E (FIS0311 OU FIS0801 ) ) OU ( (ECT1302 ) E ( ECT1303 ) |
|
FIS0801 E CIV0494 |
|
*requisitos de nível maior do que os novos a serem implantados
Os componentes novos, que possuem equivalência com os anteriores também foram estruturados para deixarem, na medida do possível, a estrutura mais flexível.
Além disso, o componente Estruturas de Madeira (CIV0439), equivalente ao componente de Estrutura de Madeira (CIV0539) presente na grade atual do curso, deixa de ser componente obrigatório e passa a ser componente optativo. Já os componentes de Economia da Construção e Infraestrutura (CIV0419) e Fundamentos de Engenharia Ambiental (CIV0430) foram excluídos. O conteúdo do componente Economia da Construção e Infraestrutura (CIV0419) está contemplado nos componentes Gestão da Construção (CIV0423), Análise de Sistemas de Transportes (CIV0424) e Política e Planejamento de Transportes (CIV0433), e os conteúdos de Fundamentos de Engenharia Ambiental (CIV0430) no componente Saneamento Ambiental (CIV0431).
O curso de Engenharia Civil, como o intuito de tentar englobar todas as atividades, procura oferecer, sempre que possível, duas turmas de cada componente em turnos alternados. Tal estratégia permite que os discentes tenham turnos livres para desenvolver outras atividades, além dos componentes obrigatórios.
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Ramalho e Núñez (2002), afirmam que “existe quase um consenso de que as necessidades atuais e perspectivas da sociedade podem ser satisfeitas se formado um profissional de perfil amplo”. Dessa forma, as avaliações de aprendizagem do Curso de Engenharia Civil devem contribuir para a formação ampla de um profissional ativo e autônomo, comprometido com ética e consciente do seu papel na sociedade.
Para Ramalho, Núñez e Gauthier (2004, p. 106),
“A determinação do “modelo profissional” no ensino universitário permite concretizar, em uma linguagem pedagógica, a imagem geral do profissional que se aspira formar, que, como hipóteses de trabalho, norteará o processo formativo, no qual as diferentes disciplinas, numa perspectiva multi, inter e transdisciplinar, contribuem na organização das estratégias formativas”.
Nessa perspectiva, a avaliação do processo de ensino-aprendizagem dos estudantes nos componentes curriculares constantes neste Projeto Pedagógico visam contribuir para o alcance dos objetivos do curso e a formação de egressos generalistas que possuam visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade, capacitados para atuarem nas áreas de Estruturas, Geotecnia e Transportes, Materiais e Processos Construtivos, Recursos Hídricos e Saneamento, com conhecimentos técnico-científicos que abranjam a concepção, o planejamento, o projeto, a execução ou implantação, a operação, a manutenção e o controle das edificações e das infraestruturas em geral.
As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia (Conselho Nacional de Educação, 2019) estabelecem, que a avaliação dos estudantes deve ser organizada como um reforço, em relação a contribuir com a aprendizagem e com o desenvolvimento das competências desde cada componente curricular, integrando-se num todo durante a formação inicial. Além de serem contínuas e previstas como parte indissociável das atividades acadêmicas, com processo avaliativo diversificado e adequado às etapas e às atividades, fundamentado na concepção de formação profissional pretendida pelo agente formador.
Nesse contexto, o Regulamento dos Cursos de Graduação da UFRN (Resolução Nº 016/2023-CONSEPE) entende a avaliação do processo da aprendizagem como:
“Art. 96. A avaliação da aprendizagem, processo mediado pelo docente, compreende o diagnóstico e o acompanhamento do desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes pelo estudante, bem como a análise dos registros produzidos ao longo do processo para fins de atribuição do rendimento acadêmico.”
O Regulamento dos Cursos de Graduação estabelece ainda que:
“Art. 97. A avaliação da aprendizagem deve verificar a apropriação dos conhecimentos por parte dos estudantes, considerando os objetivos, conteúdos propostos no programa do componente curricular e o perfil do egresso estabelecido pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e Projeto Pedagógico de Curso.”
Dessa forma, ressaltamos nessa definição as funções importantes da avaliação: o diagnóstico de aprendizagens anteriores, as quais podem ajudar na formação de novas, o de acompanhamento das aprendizagens, com a finalidade de ajudar os estudantes nesse processo, e a de conferir um resultado final (rendimento) por meio de uma nota que revela a qualidade do processo, todas essas funções em sintonia com as finalidades expressa nos objetivos gerais dos componentes curriculares, sempre vinculados ao projeto pedagógico do curso.
A avaliação deve verificar, continuamente, a evolução das aprendizagens (do conhecimento, habilidades, competências) dos estudantes nos componentes curriculares do curso, para que possam ser identificados os avanços alcançados durante o processo, a fim de fazer as correções necessárias, de forma a possibilitar a aprendizagem que tributa para a formação profissional.
O parágrafo único do já citado Art. 97 do Regulamento dos Cursos de Graduação, estabelece ainda que:
“Parágrafo único. Os critérios utilizados na avaliação devem ser divulgados pelo docente e constar no plano de ensino, conforme art. 47 deste Regulamento.”
Da informação anterior, fica evidente que os critérios de avaliação devem ser do conhecimento dos estudantes, de forma tal que eles tenham consciência da qualidade esperada, e possam valorar as aprendizagens durante todo o processo, o que permite estabelecer estratégias metacognitivas, do aprender a aprender, necessárias a qualquer profissional.
As avaliações do Curso de Engenharia Civil, devem cumprir o que estabelece o Regulamento de Graduação da UFRN e as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Engenharia, visando constatar o desenvolvimento das habilidades, competências e atitudes estabelecidas neste PPC, e podendo, de acordo com as especificidades dos componentes curriculares, utilizar processos avaliativos como: provas escritas ou orais, elaboração de projetos, avaliação coletiva das atividades acadêmico científicas, apresentação de seminários individuais e coletivos, fóruns, relatórios, publicação de artigos, bancas avaliativas, acompanhamento das atividades de estágio pelos supervisores, entre outros instrumentos que melhor se adequem aos objetivos de cada componente.
Essas formas diversas de avaliação estão relacionadas aos objetivos da formação e da aprendizagem no componente curricular, e à natureza do conteúdo da atividade futura da profissão, devendo ser por natureza formativa.
Considerando as especificidades socioeconômicas, físicas, cognitivas, sensoriais, mentais e necessidades específicas dos discentes, as avaliações de aprendizagem podem ser flexibilizadas, conforme disciplina o Regulamento dos Cursos de Graduação da UFRN. Podem ser concedidas formas adaptadas de avaliação e de correção dos instrumentos de avaliação, de acordo com a necessidade educacional específica (NEE) do estudante, tempo adicional de 50% (cinquenta por cento) para a realização dos instrumentos de avaliação que têm duração limitada, conforme a NEE apresentada, e outras formas de flexibilização necessárias à realização do instrumento de avaliação pelo estudante com NEE, mediante parecer da Secretaria de Inclusão e Acessibilidade (SIA).
AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO
A avaliação do Projeto Pedagógico compreende o acompanhamento e a gestão da execução do projeto. Dessa forma, o processo deve ser analisado não só no momento inicial de sua efetivação, mas também durante todo o período de sua vigência por meio uma avaliação flexível e contínua, objetivando conhecer e avaliar não apenas as questões levantadas nos objetivos, mas também outras características que apareçam vinculadas ao processo formativo, possibilitando, assim, a realização dos ajustes necessários ao projeto durante o decorrer do processo. Dessa forma, na própria elaboração do PPC se devem estabelecer as ações (que representam as finalidades gerais da formação) e os critérios dessa avaliação e acompanhamento.
A avaliação será executada a partir das seguintes ações:
1. Implantação do Núcleo Docente Estruturante (NDE) do Curso de Engenharia Civil, instituído por meio de portaria do Colegiado, em conformidade com o que estabelece a Resolução n. 124/2011-CONSEPE, de 06 de setembro de 2011, que dispõe sobre as atribuições e critérios de constituição do referido núcleo, o qual tem por objetivo atuar no processo de concepção, consolidação e atualização contínua do projeto pedagógico do curso;
2. Implantação do processo de autoavaliação anual do curso, em parceria com a Comissão Própria de Avaliação (CPA) e a Diretoria de Desenvolvimento Pedagógico (DDPed) da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), por meio de instrumento eletrônico, a ser respondido pelos docentes e discentes do curso, com objetivo de propor um melhoramento contínuo do PPC, e cujos resultados serão divulgados para toda a comunidade do curso;
3. Realização da Semana de Avaliação e Planejamento (SAP) do Curso de Engenharia Civil, no início de cada ano letivo, com a participação dos docentes que ministram os componentes curriculares do curso, objetivando proporcionar capacitações rápidas e/ou disseminar informações importantes para o planejamento do semestre letivo que inicia;
4. Elaboração e implementação do Plano de Ação Trienal do Curso de Graduação (PATCG) em Engenharia Civil, que constitui o plano estratégico do curso, devendo apresentar o diagnóstico situacional e o cronograma de ações compartilhado entre os gestores, docentes e discentes para os três anos seguintes à sua aprovação. Sua elaboração ficará sob responsabilidade do NDE do curso, devendo ser aprovado e acompanhado pelo Colegiado, por meio de Relatórios Anuais de Execução do PATCG;
5. Reuniões anuais entre o Coordenador, Vice Coordenador, professores do NDE e do Colegiado para, em decorrência das autoavaliações e avaliações externas (ENADE, CPC, avaliação in loco do Curso, entre outras), discutir sobre as melhorais a serem implantadas;
6. Reuniões semestrais entre professores pertencentes as câmaras dos componentes curriculares do curso, com intuito de discutir sobre as soluções necessárias a superação das dificuldades detectadas (infraestrutura, equipamentos, pessoal, problemas de gestão, metodologias adotadas, necessidades de capacitação, entre outras);
7. Reuniões, ao final de cada semestre, entre o Coordenador, o Vice Coordenador, professores e representantes dos alunos para avaliar a eficácia do Projeto Pedagógico e detectar possíveis ajustes que sejam necessários;
8. Revisão geral deste Projeto Pedagógico após 5 (cinco) anos da sua implantação, sem prejuízo de ajustes pontuais que podem ser realizados a qualquer momento pelo Colegiado para correção de imperfeições detectadas.
9. Manutenção e aperfeiçoamento da Coordenação de Estágios, visando facilitar o acesso dos alunos às oportunidades de realização do Estágio Supervisionado em empresas. O coordenador geral de estágio será um professor indicado pela plenária do Colegiado do Curso de Engenharia Civil, com mandato de dois anos, sendo, preferencialmente, o Vice Coordenador do curso;
10. Implementação de comissão, composta por membros do Colegiado, para diagnosticar as causas de evasão, além de analisar, em parceria com a Comissão Permanente de Avaliação (CPA), os egressos do curso. Os resultados apresentados por essa comissão, subsidiarão futuras adaptações do PPC.
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