O Bacharel em Turismo está capacitado a planejar e organizar o turismo nos seus diversos segmentos. Sua atuação ocorre nos setores público e privado, nos segmentos técnicos ou culturais. Atua, ainda, em: eventos (congressos, exposições, feiras comerciais e industriais); centros de informações, documentação e pesquisas turísticas em nível municipal, estadual e federal; marketing e vendas turísticas; setores de recreação e lazer; produção de textos para publicações especializadas; capacitação de profissionais da área.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Turismo (RESOLUÇÃO CNE/CES 13/2006), espera-se que o Bacharel em Turismo seja capaz de desenvolver as seguintes competências e habilidades:
I - compreensão das políticas nacionais e regionais sobre turismo;
II - utilização de metodologia adequada para o planejamento das ações turísticas, abrangendo planos, programas e projetos, com os eventos locais, regionais, nacionais e internacionais;
III - contribuição na elaboração dos planos municipais e estaduais de turismo;
IV - domínio das técnicas indispensáveis ao planejamento e à operacionalização do Inventário Turístico, detectando áreas de novos negócios e de novos campos turísticos e de permutas culturais;
V - domínio e técnicas de planejamento e operacionalização de estudos de viabilidade econômico-financeira para os empreendimentos e projetos turísticos; VI - adequada aplicação da legislação pertinente; VII - planejamento e execução de programas e projetos estratégicos relacionados com empreendimentos turísticos e seu gerenciamento;
VIII - intervenção positiva no mercado turístico com sua inserção em espaços novos, emergentes ou inventariados;
IX - classificação, sobre critérios prévios e adequados, de estabelecimentos prestadores de serviços turísticos, incluindo meios de hospedagens, transportadoras, agências de turismo, empresas promotoras de eventos e outras áreas, postas com segurança à disposição do mercado turístico e de sua expansão;
X - domínios de técnicas relacionadas com a seleção e avaliação de informações geográficas, históricas, artísticas, esportivas, recreativas e de entretenimento, folclóricas, artesanais, gastronômicas, religiosas, políticas e outros traços culturais, como diversas formas de manifestação da comunidade humana;
XI – domínio de métodos e técnicas indispensáveis ao estudo dos diferentes mercados turísticos, identificando os prioritários, inclusive para efeito de oferta adequada a cada perfil do turista;
XII - comunicação interpessoal, intercultural e expressão correta e precisa sobre aspectos técnicos específicos e da interpretação da realidade das organizações e dos traços culturais de cada comunidade ou segmento social;
XIII - utilização de recursos turísticos como forma de educar, orientar, assessorar, planejar e administrar a satisfação das necessidades dos turistas e das empresas, instituições públicas ou privadas, e dos demais segmentos populacionais;
XIV - domínio de diferentes idiomas que ensejem a satisfação do turista em sua intervenção nos traços culturais de uma comunidade ainda não conhecida;
XV - habilidade no manejo com a informática e com outros recursos tecnológicos;
XVI - integração nas ações de equipes interdisciplinares e multidisciplinares, interagindo criativamente face aos diferentes contextos organizacionais e sociais;
XVII - compreensão da complexidade do mundo globalizado e das sociedades pós-industriais, onde os setores de turismo e entretenimento encontram ambientes propícios para se desenvolverem;
XVIII - profunda vivência e conhecimento das relações humanas, de relações públicas, das articulações interpessoais, com posturas estratégicas do êxito de qualquer evento turístico;
XIX – emprego dos conhecimentos específicos, da terminologia turística e adequado desempenho técnico-profissional, com humanismo, simplicidade, segurança, empatia e ética.
O Projeto Pedagógico do Curso de Turismo, em consonância com o Projeto Pedagógico Institucional (PPI), adota como princípio metodológico fundamental a flexibilidade. De acordo com o PPI – UFRN (2010-2019, p. 54), o conceito de flexibilidade comporta as ideias de:
(1) indissociabilidade: desenvolvimento de atividades de ensino, de extensão e de pesquisa integradas às atividades formais pertinentes ao conteúdo curricular. Isso significa que toda atividade de extensão e de pesquisa deve ser desenvolvida como parte das atividades curriculares previstas nos cursos, tendo sua carga horária e avaliação computadas nos componentes curriculares envolvidos; (2) interdisciplinaridade: integração de conteúdos no desenvolvimento de estudo de um determinado tema ou eixo conceitual, tendo sua carga horária e avaliação computadas nos componentes curriculares envolvidos; (3) formação integrada à realidade social: aliada à sólida formação teórica, a UFRN se obriga à formação do cidadão, integrando os conteúdos à realidade social vigente, ressaltando as políticas de inclusão, a igualdade de acesso e o respeito às diferenças econômico-sociais e àquelas referentes aos portadores de necessidades educacionais especiais, tomando essas diferenças como parte das características que dão unidade ao trabalho da UFRN; (4) articulação teoria-prática: superação da dicotomia teoria-prática, realizada, prioritariamente, nas atividades curriculares de estágio e de extensão.
Considera-se que a indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão é fundamental para proporcionar a articulação entre teoria e prática. A formação integral do Bacharel em Turismo exige o envolvimento do aluno em atividades de pesquisa e de extensão universitárias, essenciais ao desenvolvimento de suas competências e habilidades. A estrutura curricular contempla esta perspectiva ao incluir espaço para as denominadas atividades complementares, capazes de abrigar uma larga gama de atividades empreendidas por alunos sob a tutela de professores, ou mesmo por iniciativa individual, desde que considerada como relevante para seu desenvolvimento acadêmico e conformada na regulamentação específica correspondente.
A articulação entre teoria e prática também deve ser viabilizada por meio de diferentes atividades, tais como: estágio supervisionado, Empresa Júnior, laboratório didático especializado, oficinas, aulas de campo, visitas técnicas, entre outras. O processo ensino-aprendizagem não deve mais ficar reduzido à sala de aula, em que o docente era o elemento central que conduzia um processo estático e passivo. Essa corrente positivista deve ser superada por um processo dinâmico e crítico, assumindo uma postura educacional ativa e construtivista, com intensas trocas entre professores e alunos.
A interdisciplinaridade é uma condição básica do Curso de Turismo, pela própria natureza do fenômeno estudado. A inter-relação entre os diferentes componentes curriculares do curso é indispensável para a formação do Bacharel em Turismo. A organização curricular proposta vislumbra essa formação interdisciplinar, definindo a ênfase sobre planejamento e gestão como o elemento balizador do processo, de modo que os graduandos tenham domínio das diferentes áreas de atuação do Bacharel em Turismo. É na articulação sistêmica entre as dimensões das competências e das habilidades que o egresso alcançará a plena formação e atingirá o nível de capacitação necessário para atuar com eficácia profissional.
Em relação à estrutura curricular, a flexibilidade está presente sob a forma de componentes curriculares optativos e atividades complementares, obedecendo aos percentuais mínimos exigidos no Regulamento dos Cursos de Graduação da UFRN. Além disso, também houve minimização dos pré-requisitos e correquisitos nos componentes curriculares, para possibilitar a flexibilização curricular aos discentes.
O novo projeto, em sua essência, reordena conteúdos em conformidade com os objetivos do curso e com a proposta de perfil do egresso, que é de um profissional generalista com elevada competência em planejamento e gestão. Sua sistematização obedece a critérios básicos de consistência, coerência e eficácia.
A proposta pedagógica sistematiza o conteúdo relevante sob a forma de disciplinas obrigatórias, as quais compõem o alicerce do conhecimento sobre o turismo, indicando as oportunidades de atuação profissional. Enquanto as disciplinas optativas, as atividades complementares, o estágio supervisionado e o trabalho de conclusão de curso irão representar o acabamento desta construção, os traços personalizados e a oportunidade de o aluno se dirigir a áreas ou temas de interesse específico
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