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1. HISTÓRICO

Desde sua fundação, O Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - CAU - sofreu diversas reformulações curriculares que merecem registro, uma vez que expressam o interesse e a preocupação de seus corpos docente, discente e funcional, visando seu o aprimoramento constante. Sua exposição demonstra que este PPP não é um fato isolado, mas decorre de preocupações de caráter pedagógico que têm sido uma marca característica da evolução histórica do CAU.

I.2. CURRÍCULO A-1

O curso foi criado pela Resolução CONSUNI-58/73 de 13 de agosto 1973, tendo se desmembrado do Curso de Engenharia em maio/1977, quando passou a fazer parte do Centro de Tecnologia. A primeira turma de alunos ingressou em 1974 e se formou no final de 1978. Logo em seguida, ele foi reconhecido pelo MEC através do Decreto Lei n° 83208/79, datado de 28 de fevereiro de 1979.

O primeiro currículo do CAU baseou-se nos currículos dos cursos da Universidade de Brasília (UNB) e da Universidade Federal do Ceará (UFCe), refletindo o momento de seu surgimento pois: (i) submetia os estudantes a uma grande carga de tecnologia; (ii) era composto por muitas disciplinas isoladas, oferecidas por vários departamentos da universidade; (iii) impunha um saber compartimentado e pouco direcionado para a área de atuação profissional.

Já em 1976/77 iniciaram-se as primeiras iniciativas para ajustes, visando o agrupamento dos períodos por blocos, tomando a definição de enfoques como base da organização curricular.

I.2. CURRÍCULO A-2

            Em 1981, foi realizada uma primeira modificação curricular estruturada, na qual interferiu-se na seleção de conteúdos relativos às disciplinas de matemática e física, que eram ministradas indistintamente para inúmeros cursos da UFRN. Apesar desse avanço, muitas deficiências ainda persistiram, tais como: (i) a desvinculação dos diversos conhecimentos entre si, (ii) a não aglutinação das disciplinas afins em torno de áreas de conhecimento, e (iii) o excesso de disciplinas de conteúdo técnico sem relação direta com a formação profissional do arquiteto e urbanista.

Portanto, embora tenha sido objeto de algumas alterações, o currículo manteve-se praticamente o mesmo até 1987, treze anos após o início das atividades do CAU.

I.2. O CURRÍCULO A-3

            Em 1987, avaliações realizadas pela Coordenação do CAU e pelo seu Centro Acadêmico (CAAU) colocaram em evidência os problemas do modelo curricular então adotado e a necessidade de repensá-lo. Assim, durante 1987 e 1988 ocorreram inúmeras discussões que terminaram por impulsionar o surgimento de um currículo diferenciado, o A-3. Foram definidas, então, 05 áreas de conhecimento (Representação gráfica, Projeto de arquitetura, Estudos urbanos, Teoria/História, e Tecnologia) em torno das quais foram organizadas as linhas de estudo e pesquisa do CAU, bem como as disciplinas.

A principal mudança curricular ocorreu, porém, através da adoção do princípio de “integração” de conteúdos e produtos acadêmicos, que norteava todas as atividades, o qual também definiu o período como unidade mínima de integração. Proposta revolucionária no âmbito dos cursos de arquitetura e urbanismo brasileiros, o currículo A-3 foi implantado em 1990. Ele representou um significativo salto qualitativo para o CAU, resultando na melhoria da qualidade dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos e, obviamente, pelo profissional aqui formado. Até hoje, o seu currículo integrado é indicado como referência nacional.

I.3. O CURRICULO A-4

Apesar das inúmeras qualidades do currículo A-3, sete anos após sua implantação foram detectadas necessidades de ajustes devido a: (i) existência de muitas disciplinas com poucos créditos; (ii) número excessivo de disciplinas em alguns períodos; (iii) a carga horária total muito acima da média nacional; (iv) dificuldade de integração em algumas situações; (v) necessidade de atualização de algumas ementas e da criação de novas disciplinas.

Além disso, a fim de equiparar os diversos cursos de arquitetura e urbanismo brasileiros, a portaria no 1770 de 21 de dezembro de1994, do Ministério da Educação e do Desporto, fixou diretrizes curriculares, conteúdo e carga horária mínimos[1] para cursos de graduação na área, exigências que tornaram ainda mais urgente a re-estruturação do CAU.

Novas rodadas de discussão envolvendo professores (atuantes e aposentados) e estudantes definiram as mudanças que geraram a proposta do currículo A-4, vigente a partir de 1996, e para a qual estavam previstas novas avaliações periódicas com vistas a sua atualização, a primeira das quais devendo ocorrer num prazo de 5 anos.

I.4. O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP)

O que diferencia o presente documento das propostas anteriores é que este encerra bem mais do que uma simples proposta de reformulação curricular. Trata de um projeto que, como o nome indica, encara a formação profissional como parte de um contexto que transcende os aspectos estritamente pedagógicos, exigindo, assim, novas posturas e formas de aprendizado. É um projeto que pressupõe escolhas que são, em última análise, de cunho político, pois implicam uma tomada de posição, por parte do CAU, quanto à sua forma de atuar e de contribuir para a formação profissional diante de novas exigências sociais, mercadológicas e normativas. Como tal, ela deverá ser constantemente objeto de avaliação e reformulação.

O PPP teve início em setembro de 2000, na elaboração da auto-avaliação do CAU, assessorada pelo PAIUB (Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras). No mesmo ano, foi criada a Comissão Permanente para Elaboração do PPP do curso. Dando continuidade ao trabalho anteriormente desenvolvido e para concluir os trabalhos e redigir este documento, em 2003 foi definida uma nova Comissão para Reestruturação Curricular[2], que levou adiante a inadiável tarefa de retomada, atualização e reformulação do que havia sido produzido até então com vistas à elaboração e conclusão do presente documento.

De modo geral, o PPP mantém os avanços obtidos nas últimas reformulações curriculares, em especial a que produziu o currículo A-4. Isto é perfeitamente compreensível uma vez que a portaria no 1770, de 21 de dezembro de 1994, do MEC, à qual já se fez referência e que serviu de base para a reformulação do referido currículo, também fundamentou a elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais - DCN, a partir das quais foi elaborado este PPP. De qualquer forma, existem ajustes, alterações e novidades significativas no PPP, em especial no que se refere à obrigatoriedade de atividades que não se encaixam na categoria de disciplinas, assim como da exigência do estágio curricular supervisionado. Estas representam, sem dúvida, algumas das principais mudanças ocorridas com este projeto, e serão tratadas oportunamente, no decorrer deste trabalho.


[1] Na ocasião a carga horária de um curso de arquitetura e urbanismo era definida a partir de dois parâmetros. De acordo com o MEC não poderia ser inferior a 3600 horas-aula, e de acordo com a CEEAU (Comissão de Especialistas de Ensino de Arquitetura e Urbanismo) não seria superior a 4 500 horas-aula, com um máximo de 30 horas-aula por semestre.

[2] A nova comissão foi  composta pelos seguintes membros: Rubenilson B. Teixeira, coordenador do curso e presidente da comissão; Gleice Virgínia Elali, Amadja H. Borges, Iana Alexandra Rufino, Marizo Vitor e Mônica M. Fernandes de Oliveira. Estes professores eram os representantes das cinco áreas em que se estrutura o curso, respectivamente, Projeto, Estudos Urbanos, Representação Gráfica, Teoria e História e Tecnologia.

Program Coordination: RENATO DE MEDEIROS

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Professional Title: Arquiteto e Urbanista CNPQ's Knowledge Area: Engenharias Academic Agreement : Not available at this moment Course Modality: Presencial
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