Dados do IBGE revelam que 23,9% da população brasileira sofre de pelo menos um tipo de deficiência, que pode ser de ordem visual, auditiva, motora e/ou intelectual. Quando estratificado para a região nordeste esse índice ainda sobe, com 26,63% da população apresentando algum tipo de deficiência, sendo esse, o maior índice do país. A deficiência motora está em segundo lugar no ranking das deficiências, ocorrendo em 7% da população, sendo 2,39% dessa estimativa reservada a população infantil (0-14 anos) (IBGE, 2010). Apesar de serem altos os índices de deficiência motora no Brasil, somente 18,4% desse grupo de crianças frequentam serviço de reabilitação (VILLELA,2015). Em Santa Cruz-RN, e regiões circunvizinhas, existem poucos serviços de reabilitação disponíveis para atendimento de crianças como deficiência moderada a grave, e os centros que existem possuem enormes listas de espera por atendimento. Talvez por isso essas crianças não frequentem serviços de fisioterapia. No caso das crianças com deficiências, a infância é a fase ideal para a ampliação e favorecimento de seu desenvolvimento e aprendizagem. É nessa fase que a criança fará a aquisição de todas as habilidades motoras (ANGARITA, 2010). A criança com deficiência, em razão de deficiências orgânicas ou ambientais, deve ter o máximo de oportunidades para usufruir dos serviços comuns de reabilitação e educação, ainda que para isto ela possa necessitar de alguns auxílios especiais (PADILHA, 2013). Na pediatria a prática baseada em evidências vêm tomando espaço nas condutas de forma silenciosa e lenta. Existe a necessidade de formar o senso crítico nos alunos de graduação e incentivá-los a associar o conhecimento técnico ao conhecimento científico, e também de dar voz as necessidades e anseios das crianças e da família, para que a reabilitação ocorra da forma mais eficiente possível (SHEPERD, 1989). O modelo de intervenção Caminhos e recursos para o engajamento e participação (PREP) é uma abordagem baseada em evidências para prestadores de cuidado em saúde que se concentra em aumentar a participação por meio da modificação do ambiente. Usando essa abordagem baseada em habilidades, estes profissionais trabalham com o cliente (e seus pais ou cuidadores, quando apropriado) para identificar aspectos do ambiente e da atividade que facilitam ou dificultam a participação. Juntos, um plano para minimizar e/ou remover barreiras dentro do ambiente e construir suportes é desenvolvido e implementado para que o cliente possa participar das atividades de sua escolha. Sabendo da escassez de centros de atendimentos em pediatria em Santa Cruz-RN, da necessidade de se ter um serviço para estimular a participação em atividades de lazer de crianças com deficiência motora moderada a grave, e da possibilidade de formar alunos capazes de transmitir o conhecimento científico baseado em evidências para a prática terapêutica surge a oportunidade de desenvolver um projeto de extensão em Pediatria para crianças com deficiência motora moderada a grave. Dessa forma, o presente projeto se destina à criação de um programa terapêutico para implementar o modelo PREP em crianças com deficiência motora moderada a grave e suas famílias, almejando não apenas melhora nos aspectos biológico e funcional, mas também nos aspectos relacionados a atividades e participação, de modo a proporcionar benefícios em diversos aspectos para as crianças e suas famílias, e ser referência na reabilitação pediátrica baseada em evidências cientificas.
Alunos do curso de Fisioterapia
Crianças com deficiência e suas famílias
Não há fotos cadastradas para esta ação
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2025 - UFRN - sigaa01-producao.info.ufrn.br.sigaa01-producao v4.19.6_1