Apesar de vivermos numa sociedade na qual os profissionais das mais diversas áreas passam grande parte do seu tempo utilizando computadores, a Educação Básica brasileira ainda ensaia experiências de integração das tecnologias digitais em sua rotina. Isso se deve, em parte, à formação inicial dos professores que ainda pouco contempla o uso pedagógico das tecnologias digitais para os processos de ensino e aprendizagem. A questão é que as novas formas de produção e distribuição do conhecimento estão provocando profundas mudanças na maneira de ensinar e aprender, criando um novo universo para o ecossistema da educação. Portanto, para acompanhar as mudanças e evoluções da sociedade, é necessário haver um enriquecimento das escolas para que permita dar espaço ao uso das tecnologias digitais e proporcione a inovação e a melhoria do processo de ensino-aprendizagem, ensinando aos jovens alunos que as tecnologias digitais também servem para criar conhecimento novo. É neste contexto que se insere o Programa de Inovação Educação Conectada do Ministério da Educação [MEC 2017a], que tem como objetivo apoiar a universalização do acesso à internet de alta velocidade e fomentar o uso das tecnologias digitais na Educação Básica. Neste mesmo sentido, uma direção que vem se popularizando nos últimos anos e tem incentivado o aparecimento de um grande número de iniciativas relacionadas ao uso das tecnologias digitais na educação é a do Pensamento Computacional [Wing 2006], que é uma abordagem geral para resolução de problemas que conta com o desenvolvimento de um corpo de pesquisas mundialmente robusto [De Paula et al. 2014; Zanetti et al. 2016; Avila et al. 2016]. O pensamento computacional ajuda a ensinar os indivíduos a pensar mais eficazmente pelo fato de projetar sistemas e trabalhar na compreensão do comportamento humano, se mostrando como habilidade bastante relevante para as mais diversas profissões. Assim, é vital para o desenvolvimento do país que tal conhecimento comece a ser fomentado nas escolas do Ensino Básico, alfabetizando tecnologicamente os jovens, a partir do desenvolvimento de práticas que permitam o acesso, produção e reflexão sobre as tecnologias digitais, conforme indica o Currículo de Referência em Tecnologia e Computação que foi publicado recentemente pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) [CIEB 2018]. Esse currículo de referência tem como objetivo oferecer diretrizes e orientações para apoiar as redes de ensino e escolas a incluir os temas tecnologia e computação em suas propostas curriculares. Para tanto, as habilidades propostas no mesmo estão diretamente associadas às competências gerais e habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) [MEC 2017b]. Visando contribuir neste sentido, com o intuito de criar uma nova cultura de inovação em educação que integre o pensamento computacional na dinâmica das ações pedagógicas das instituições de ensino do estado do Rio Grande do Norte, torna-se explícita a necessidade regional da oferta de cursos complementares – formação continuada – que ofereçam subsídios para o desenvolvimento e a prática educativa com as tecnologias digitais. Nesta direção se insere a presente proposta, que consiste na 2ª edição do curso de extensão para formação de professores do Ensino Fundamental do Programa Norte-rio-grandense de Pensamento Computacional (Pensa RN - https://pensarn.imd.ufrn.br/). Esse curso une as metodologias da aprendizagem baseada em resolução de problemas, computação desplugada, jogos digitais, programação visual, e se inspira no modelo das Olimpíadas de Conhecimento [Wikipedia 2019] a fim de estimular o desenvolvimento do pensamento computacional como um instrumento de aumento do poder cognitivo e operacional humano.- Avila, C., Bordini, A., Marques, M., Cavalheiro, S. e Foss, L.: Desdobramentos do Pensamento Computacional no Brasil. Anais do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE-2016), p.200-209, 2016.- CIEB: Currículo de Referência em Tecnologia e Computação. Centro de Inovação para a Educação Brasileira, 2018. Disponível em: http://curriculo.cieb.net.br/- De Paula, B., Valente, J. e Burn, A.: O uso de jogos digitais para o desenvolvimento do currículo para a Educação Computacional na Inglaterra. Currículo sem Fronteiras, 14(3):46-71, 2014.- MEC: Programa de Inovação Educação Conectada. Ministério da Educação, 2017a. Disponível em: http://educacaoconectada.mec.gov.br/- MEC: Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação, 2017b. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/- Wikipedia: Olimpíadas de Conhecimento. Wikipedia, 2019. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Olimp%C3%ADadas_de_Conhecimento- Wing, J.: Computational Thinking. Communications of the ACM, 49(3), 2006.- Zanetti, H., Borges, M. e Ricarte, I.: Pensamento Computacional no Ensino de Programação: Uma Revisão Sistemática da Literatura Brasileira. Anais do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE-2016), p.21-30, 2016.
O cronograma do presente curso de formação continuada para professores prevê duas etapas, conforme descritas a seguir:- Etapa 1 (Preparação do material das intervenções do curso): Agosto a Outubro/2020- Etapa 2 (Execução das intervenções do curso): Novembro a Dezembro/2020A execução das intervenções será realizada em 5 módulos, cada um organizado em encontros síncronos online (ambiente de videoconferência) e atividades assíncronas, contendo atividades teóricas e práticas e totalizando 60 horas de carga horária.Os encontros síncronos acontecerão no Google Meet, no turno da noite das terças e quintas no período de 17 de novembro a 17 de dezembro de 2020.A estruturação dos módulos está organizada da seguinte forma:Módulo 01: Introdução (4 horas)- Encontro síncrono (2h): 17/11 (terça) das 19h às 21h- Atividades assíncronas (2h): Assistir vídeos sobre tecnologias educacionais; Responder questionário.Módulo 02: Políticas Públicas em Tecnologias Educacionais (10 horas)- Encontro síncrono (2h): 19/11 (quinta) das 19h às 21h- Atividades assíncronas (8h): Assistir vídeos sobre BNCC, PIEC, CIEB e currículo do RN; Gravar podcasts; Elaborar pecha kucha.Módulo 03: Pensamento Computacional (20 horas)- Encontro síncrono (2h): 24/11 (terça) das 19h às 21h- Encontro síncrono (2h): 26/11 (quinta) das 19h às 21h- Encontro síncrono (2h): 01/12 (terça) das 19h às 21h- Atividades assíncronas (14h): Elaborar canvas algorítmico; Pesquisar estratégias para ensino do PC; Gravar vídeos.Módulo 04: Computação Desplugada (16 horas)- Encontro síncrono (2h): 03/12 (quinta) das 19h às 21h- Encontro síncrono (2h): 08/12 (terça) das 19h às 21h- Encontro síncrono (2h): 10/12 (quinta) das 19h às 21h- Atividades assíncronas (10h): Elaborar estratégias para aplicação da computação desplugada.Módulo 05: Projetos integradores - TPACK (10 horas)- Encontro síncrono (2h): 15/12 (terça) das 19h às 21h- Encontro síncrono (2h): 17/12 (quinta) das 19h às 21h- Atividades assíncronas (6h): Desenvolvimento de projeto.
Professores do Núcleo de Educação da Infância e Alunos dos Cursos de Licenciatura
Professores da Educação Básica
2025 - Programa Norte-rio-grandense de Pensamento Computacional
2024 - Programa Norte-rio-grandense de Pensamento Computacional
Foto da 1ª edição do curso de formação
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