Para Matias Pereira (2015) o século XXI é marcado por grandes mudanças que impactam de foram direta as organizações públicas. Entre estas pode-se destacar a interdependência de setores e países que impulsionam a democratização das sociedades. O Estado moderno se reconfigura frente ao desafio da elevação das desigualdades (lhe exigindo maior compromisso) ao mesmo tempo em que vive uma crise econômico fiscal sem precedentes. A eficiência das organizações públicas passa a ser a solução mais imediata para produzir mais resultados com menos recurso. Sob esta lógica o conhecimento gerencial se expande, principalmente associado à presença das tecnologias de informações.
Nesta perspectiva o planejamento governamental passa ter caráter estratégico para mudança das organizações estatais. O planejamento trata-se uma ação orientada para a racionalidade nos resultado, o que é imprescindível em um cenário de escassez de recursos que propõem um bom uso dos recursos organizacionais. (MATIAS PEREIRA, 2015). São passos essenciais para o planejamento estratégico: elaboração da missão, construção da visão, definição da estratégia, realização de um diagnóstico e uma proposta de valor permitindo assim definição de indicadores e resultados esperados. São tradicionalmente utilizadas no planejamento estratégico ferramentas gerenciais como Matriz S.W.OT e Balanced Scorecard. (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E GETSÃO 2017).
Apesar de uma dimensão técnica notória, o planejamento estratégico no setor público precisa incorporar outros elementos que sejam compatíveis com sua natureza também política. Assim como versa Azevedo (1992) as organizações públicas são espaços de permanente conflito e negociação. O componente técnico é um elemento do processo gerencial mas não trata-se do único. Para maior credibilidade do planejamento público, é crescente a recomendação de autores sobre planejamento participativo.
Pires, Amaral e Santos (2014) evidenciam que políticas que parte de um amplo consenso tendem a ser mais sucedidas na implementação se comparadas àquelas que são formuladas de forma exclusiva com apenas os altos níveis decisórios das organizações. A negociação constate com outros atores, estes que fazem a política acontecer (policymakers) esclarece problemas, amplia a capacidade de informações criticas surgirem. Caso não exista ampla participação na formulação, os problemas que virão emergir na execução muitas vezes eram evitáveis.
Para Moysés Filho (2010) o primeiro passo do planejamento estratégico é um amplo diagnóstico que possibilite identificar ameaças e oportunidades. As estratégias organizacionais que são derivadas a partir do diagnóstico devem passar por constante processo de revisão ao longo do tempo uma vez que a organização tende a ser afetada por mudanças externas.
Com base nos autores apresentados a proposta de curso se estrutura na perspectiva que o planejamento estratégico quando realizado de modo coletivo, envolvendo os sujeitos na resolução dos problemas se torna mais eficiente. No serviço público se faz necessário que os participantes se pertençam ao processo afim de somarem suas experiências e tendo maior comprometimentos com a soluções traçadas.
O curso proposto é uma iniciativa dos docentes do Departamento de Administração Pública e Gestão Social (DAPGS) com a apoio da Pós Graduação em Gestão Pública (PPGP). A iniciativa possui ampla consonância com o Plano de Desenvolvimento Institucional (2010-2019) da UFRN. Este aponta que formação educacional deve possibilitar a solução de problemas coletivos em contextos de mudança tecnológica e sociocultural acelerada. Intenciona-se estreitar as parcerias que o DAPGS e o PPGP possuem por meio de seus convênios e alunos gestores (Assembleia Legislativa do RN, Instituto Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Cariri, Controladoria Geral da União, DETRAN-RN entre outros)
O presente curso tem por objetivo capacitar gestores públicos do RN (esferas municipais, estaduais e federal) no tema de planejamento estratégico e no uso das suas ferramentas. O curso será ofertado em dois módulos (mini-cursos), cada um com 6 horas apenas para inscritos/as, por meio do google meet. Serão 3 encontros cada, totalizando seis. Como cada módulo será ofertado por mini-curso, a inscrição é independente. O recrutamento se dará previamente com instituições públicas do estado, assim como havará inscrições para o público geral.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, C. da S. Planning and Management in the Strategic-Situational Approach of Carlos Matus. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 8 (2): 129-133, abr/jun, 1992
MATIAS-PERREIRA, José. Curso de Planejamento Governamental: Foco nas Políticas Públicas e nos Indicadores Sociais. São Paulo:Atlas, 2015.
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E GESTÃO. Curso Planejamento Estratégico para Organizações Públicas. Escola Nacional de Administração Pública. Brasília, 2017
MOYSÉS FILHO, Jamil e al. Planejamento e gestão estratégica em organizações de saúde. Série Gestão em Saúde. Editora FGV, Rio de Janeiro. 2010.
PIRES, Roberto Rocha C.; AMARAL, Lucas Alves; SANTOS, José Carlos dos. Planejamento Governamental e Participação Social. In: CARDOSO JR., José Celso; GARCIA, Ronaldo Coutinho (Orgs). Planejamento Estratégico em Contexto Democrático: Lições da América Latina. Brasília: IPEA, 2014.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL: 2010-2019 - UFRN, 2010
O curso será ofertado em dois módulos (mini-cursos), cada um com 6 horas apenas para inscritos/as, por meio do Google Meet. Serão 3 encontros cada, totalizando seis. Como cada módulo será ofertado por mini-curso, a inscrição é independente.
MÓDULO 01 - Planejamento Estratégico e Desenvolvimento Institucional
Fórum com gestores (17/11/2020 - 17/11/2020): Horário: 20h30—22h30 Wilton Alves Pequeno. Ministério Público do RN.- Gerente de Gestão Estratégica. A elaboração do Planejamento estratégico 2018-2023 do Ministério Público do Rio Grande do Norte.
Fórum com gestores (19/11/2020 - 19/11/2020): Horário: 20h30—22h30 Reinaldo Santos de Oliveira Junior. Instituto Federal de Sergipe. Gestor Financeiro. Gestão de Custos na Administração Pública: implementação do Sistema de Informações de Custos do Governo Federal (SIC) no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS).
Fórum com gestores (24/11/2020 - 24/11/2020): Horário: 20h30—22h30 André Morais Gurgel. (Secretária de Projetos da UFRN). Docente da UFRN. A Experiência da elaboração e monitoramento do Plano Gestão da UFRN.
MODULO 02 – Planejamento Estratégico e Segurança Alimentar e Nutricional
Fórum com gestores (08/12/2020 - 08/12/2020): Horário: 20h30—22h30 Jean Pierre Tertuliano Câmara. Presidente do CONSEA-RN. A descentralização da elaboração dos planejamentos participativos: a experiência das conferências públicas do CONSEA-RN.
Fórum com gestores (10/12/2020 - 10/12/2020): Horário: 20h30—22h30. Soraya Helena Penha do Nascimento. Nutricionista egressa da UFRN. Kelly Alerziane de Lima. Nutricionista egressa da UFRN.. A Experiência da Formulação do Plano Estratégico de Combate À Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Escolares de Santa Cruz/RN.
Fórum com gestores (15/12/2020 - 15/12/2020): Horário: 20h30—22h30 Formulação do Plano Estratégico para Otimização da Implementação do Nutrisus em Creches do Município de Currais Novos-RN. Wedjilla Fortunato de Medeiros
Alunos da graduação, Pós Graduação e Servidores (Gestores)
Gestores públicos (esferas municipal, estadual e federal)
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