Cidade Alta; Obra memorialística; Espaço - Lugar.
O bairro de Cidade Alta, o mais antigo de Natal, foi um centro político, social e cultural desde o período colonial até a República. Sede dos poderes e residência das elites no período colonial, passou por reformas republicanas, incluindo a praça dos três poderes. Entre 1950 e 1980, tornou-se o principal polo comercial da capital, com uma vida boêmia vibrante, atraindo intelectuais, artistas e políticos. A partir do final dos anos 1970, surgiram crônicas e obras memorialísticas refletindo a preocupação em preservar sua memória. A literatura memorialística surge como resistência às mudanças urbanísticas e à afirmação de Natal como polo turístico do Nordeste. Esta pesquisa analisa as transformações e a cidade construída pela obra memorialística, destacando a importância do bairro. Utilizamos a metodologia de Análise do Discurso de Eni Orlandi, as categorias conceituais de memória de Aleida Assman e as categorias de espaço e lugar de Yi-Fu Tuan e Edward Relph, aliadas à ideia de espaço de saudade de Durval Muniz Albuquerque Júnior.