Banca de DEFESA: ESLIA MARIA NUNES PINHEIRO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ESLIA MARIA NUNES PINHEIRO
DATA : 26/02/2021
HORA: 15:00
LOCAL: Google meet ou plataforma similar
TÍTULO:

“ERA SÓ MAIS UM DADO”: ANÁLISE INSTITUCIONAL DAS PRÁTICAS PROFISSIONAIS NO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA


PALAVRAS-CHAVES:

Gênero e saúde. Violência contra a Mulher. Saúde Mental. Análise Institucional. Educação Permanente em Saúde.


PÁGINAS: 109
RESUMO:

O debate de gênero tem adentrado cada vez mais o campo teórico e prático da Reforma Psiquiátrica, sendo a desconstrução das desigualdades de gênero, raça e classe entendida como um processo fundamental para a concretização de um modelo psicossocial de cuidado. Considerando as violências contra as mulheres como uma manifestação dessas desigualdades e um fenômeno muito prevalente na sociedade, o presente trabalho teve por objetivo geral analisar as práticas profissionais de cuidado em saúde mental às mulheres em situação de violência, junto aos trabalhadores do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) II de uma cidade do interior do Rio Grande do Norte e sob uma perspectiva de gênero. Para tanto, optamos pela pesquisa-intervenção, de abordagem qualitativa, a partir do referencial teórico metodológico da Socioclínica Instituicional e do gênero como categoria de análise. As atividades junto aos profissionais do CAPS aconteceram entre maio do ano de 2019 e outubro de 2020. Os dados foram produzidos a partir de três instrumentos: rodas de conversa, entrevistas individuais e diário de pesquisa. Foram realizadas 07 entrevistas individuais e 05 rodas de conversa – sendo 04 presenciais e 01 remota (online).  De forma sistematizada, 03 das 05 rodas de conversa foram dedicadas a analisar coletivamente com os profissionais os dados oriundos das demais rodas de conversa e entrevistas individuais (restituição). O diário de pesquisa foi escrito pela autora deste trabalho com base nos momentos vivenciados no serviço e também nas reuniões de planejamento/orientação. Os resultados foram organizados a partir da análise das implicações, mas também contemplaram outros princípios da Socioclínica Institucional, como a análise da encomenda e da demanda, trabalho dos analisadores e atenção aos contextos e interferências institucionais. A análise das implicações profissionais com a instituição acadêmico-científica, os núcleos profissionais e a saúde mental fizeram-se necessárias no processo de análise das implicações profissionais com a instituição gênero. Essas análises foram divididas em tópicos por instituição apesar de, na prática, essas questões não se dissociarem. Observamos que as relações de gênero e estruturas de poder no CAPS se revelam de múltiplas formas: na estrutura relacional e funcional da equipe, na abordagem estereotipada dos usuários tanto em relação à loucura quanto aos papeis de gênero, na invisibilidade das violências contra as mulheres, entre outras. Quando não levadas em consideração, essas relações atravessam os sujeitos e as práticas, inviabilizando a superação dos problemas. O trabalho de análise atuou de forma a desvelar essas relações de gênero e retirar as violências da dimensão do não dito no serviço, mas também para refletir sobre outras interferências institucionais – os modos instituídos de cuidado, as concepções de saúde mental e a gestão do processo de trabalho.  O tensionamento entre discursos e práticas tem apontado para a criação de forças instituintes, resultantes do próprio movimento da pesquisa-intervenção. A possibilidade de educação no/pelo trabalho demonstra o potencial dos dispositivos analíticos criados para desenvolver a Educação Permanente em Saúde, o que condiz com o princípio socioclínico de produção de conhecimento durante a intervenção.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 1231563 - ANA KALLINY DE SOUSA SEVERO
Interna - 2132107 - NUBIA MARIA FREIRE VIEIRA LIMA
Externo à Instituição - FLÁVIO ADRIANO BORGES MELO - UFSCAR
Notícia cadastrada em: 17/02/2021 17:17
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