A CULTURA CÔMICA DISCRIMINATÓRIA NO ESPAÇO ESCOLAR: combate a uma prática naturalizada
Humor. Discriminação. Ensino de História.
A presente pesquisa tem como tema a cultura humorística discriminatória no ambiente escolar, tendo
como objeto uma escola pública do ensino médio do Estado do Ceará. O ambiente escolar com suas
diversas dimensões e sociabilidades está sujeito a vivenciar situações discriminatórias de vários tipos,
seja de caráter racial, de gênero ou classe que podem ser praticadas por quaisquer dos membros da
comunidade escolar. A piada vexatória que a princípio tem o intuito de causar risos acaba por provocar
constrangimento, fobias e tristeza naqueles que são alvos da ridicularização. Logo, a escola enquanto
ambiente de formação humana tem a tarefa de combater tais práticas com o objetivo de formar cidadãos
que respeitem as diversidades e as singularidades dos indivíduos. O estudo ora realizado visa identificar
as práticas cômicas discriminatórias na escola, fazendo com que sejam percebidas pelos membros da
comunidade escolar, bem como propor formas de combatê-las. A pesquisa se desenvolveu coletando
falas e performances no ambiente da escola, bem como analisando historicamente a cultura cômica
através de fontes literárias, jornalísticas e midiáticas, tendo como base teórica estudos acerca do riso, do
humor das práticas de racismo e sexismo, sobretudo na cultura brasileira. Por meio do entrecruzamento
de fontes e da análise comparativa foi possível identificar mudanças e permanências no trato das práticas
de humor discriminatório na mídia e no espaço da escola. Essas análises também possibilitaram a
elaboração de oficinas visando inserir no contexto do ensino de História, práticas pedagógicas que
busquem promover uma nova consciência entre professores e alunos tendo em vista o combate às
práticas discriminatórias dentro e fora da escola.